Oi entra com pedido de recuperação judicial

Pedido foi feito na Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, em caráter de urgência

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A companhia de telefonia Oi (OIBR4) anunciou na noite desta segunda-feira (20) que entrou com pedido de recuperação judicial perante a Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, em caráter de urgência. De acordo com comunicado da empresa, “o total dos créditos com pessoas não controladas pela Oi listados nos documentos protocolados com o pedido de recuperação judicial soma aproximadamente R$ 65,4 bilhões”.

É o maior pedido de recuperação judicial já protocolado no Brasil, recorde que pertencia à OGX, do empresário Eike Batista, que declarou à Justiça ter dívidas de R$ 11,2 bilhões em 2013. “A administração das Empresas Oi pretende tomar as providências e adotar os atos necessários à efetivação do pedido de recuperação, em todas as jurisdições nas quais tais medidas sejam necessárias”, diz a nota.

A Oi explica que vinha “empreendendo esforços e estudos, em conjunto com seus assessores financeiros e legais, para otimizar sua liquidez e perfil de endividamento”. “A Companhia, em conjunto com seus assessores legais e financeiros, também conduzia negociações com seus credores financeiros e com a Moelis & Company, na qualidade de assessor financeiro de um grupo de titulares de bonds, com vistas a uma reestruturação consensual de dívidas das Empresas Oi com o objetivo de fortalecer a sua estrutura de capital”, continua o comunicado.

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Porém, com a grave situação financeira da empresa e com a proximidade do vencimento de suas dívidas financeiras, além das “iminentes penhoras ou bloqueios em processos judiciais”, a Oi diz ter julgado necessário pedir recuperação judicial como medida mais adequada para “(i) preservar a continuidade da oferta de serviços de qualidade a seus clientes, dentro das regras e compromissos assumidos com a ANATEL, (ii) preservar o valor das Empresas Oi, (iii) manter a continuidade de seu negócio e sua função social, de forma a proteger de forma organizada os interesses das Empresas Oi e de suas subsidiárias, de seus clientes, de seus acionistas e demais stakeholders, e (iv) proteger o caixa das Empresas Oi”.

A companhia afirmou que mesmo com o pedido, ela manterá suas vendas de serviços e produtos para todos os segmentos de mercado, em todos os canais de distribuição e atendimento. Além disso, as atividades de instalação, manutenção e reparo também continuarão sendo desempenhadas normalmente. Toda a força de trabalho da Oi manterá normalmente sua atuação, com suas atividades comerciais, operacionais e administrativas.

As ações da Oi fecharam nesta segunda em queda de 5,97% nas ordinárias e 10% nas preferenciais, em meio a notícia de que o endividado grupo de telecomunicações assinou acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para suspender obrigações financeiras por 180 dias.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.