Como um casal juntou R$ 1 milhão para viajar pelo mundo em um veleiro

Em 2015, eles tinham R$ 350 mil. Se planejaram, economizaram, e dois anos depois conseguiram atingir o objetivo financeiro

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – O casal João Pedro Costa e Adriana Costa começou a realizar uma façanha que provavelmente é o sonho de muita gente: viver viajando.

Para tanto, compraram um veleiro e pretendem viajar durante 8 anos com a embarcação. A aventura teve início em março, quando eles se mudaram para o barco chamado Prosperus, ancorado no pier do Guarujá (SP)  e começaram a aprender a pilotá-lo.

“Ficamos de 8 de fevereiro a 23 de março no Guarujá pegando o jeito do barco e instalando os equipamentos que faltavam. Nesse período, fomos nos mudando de vez para o barco e vendemos o último carro que faltava. Dia 24 do mesmo mês fizemos nossa primeira travessia de Guarujá a Ilhabela e foi quando a vida no barco realmente começou. Sem qualquer suporte em terra”, conta Adriana, que é engenheira.

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De lá para cá o casal já navegou quase 8 mil km, de Guarujá para Itajaí, em Santa Catarina, depois Ilhabela, Angra dos Reis, Guarujá novamente, Florianópolis e por fim Ubatuba.

“Sempre navegando e parando nos lugares para conhecer e curtir as cidades. Mas tudo o que fazemos depende do clima porque no veleiro ficamos dependentes do tempo e dos ventos”, conta Adriana.

Na última quarta-feira (31) eles saíram de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo e foram para Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro, onde ficarão até abril do próximo ano trabalhando com charter – quando os donos alugam cabines dentro da própria embarcação para turistas e os hospedam por alguns dias passando por lugares paradisíacos de maneira exclusiva – para juntar mais dinheiro.

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O objetivo do casal é viajar por vários destinos do mundo. Depois desse período eles vão continuar navegando pela Costa Brasileira, que inclui destinos como outras praias do Rio de Janeiro, Abrolhos e Baía de Todos os Santos, ambos na Bahia, Vitória, no Espírito Santo e Recife, em Pernambuco. Em seguida,  partirão rumo a Trindade Tobago, primeiro destino internacional do casal.

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Qual foi a estratégia usada para alcançar o objetivo?

A decisão de mudar de vida veio em 2013, quando o casal decidiu procurar uma ajuda profissional para auxiliar no planejamento financeiro.

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Em 2015, os patrimônio deles alcançava a marca de R$ 350 mil. Em 2016, o casal quase dobrou o valor, chegando a R$ 630 mil e apenas um ano depois, em 2017, o patrimônio ultrapassou a marca de R$ 1 milhão.

A contratação de um profissional foi crucial. Adriana tinha apenas um plano de Previdência Privada e procurou um planejador financeiro para pedir dicas de investimentos.

Na ocasião, em 2013, definiram que um planejamento financeiro personalizado era a melhor opção para cuidar da saúde financeira do casal e resolveram contratar o planejador.

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“Eu não tinha a menor noção da amplitude do planejamento financeiro, então fazer um fez toda a diferença. Isso mudou completamente a forma de rentabilizar o dinheiro e fazer ele trabalhar para mim. Eu tinha que trabalhar, mas o dinheiro também tinha”, conta Adriana.

Segundo o casal, foi necessária muita disciplina em relação às finanças, ao longo de cinco anos.

O plano inicial era comprar um imóvel, mas os objetivos mudaram e decidiram tirar um ano sabático.

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“Sempre fomos apaixonados pelo mar e fizemos um curso de mergulho para nos tornarmos instrutores. E decidimos tirar um ano sabático para visitar diversos pontos de mergulho ao redor do planeta. Mas a nossa lista tinha mais de 70 lugares e se fôssemos em um deles por fim de semana, seriam praticamente dois anos de viagem”, conta Adriana.

Com essa quantidade de destinos, o casal entendeu que seria inviável tirar dois anos sabáticos naquele momento. Mas ao invés de desistirem do sonho, resolveram mudar radicalmente de vida. Eles começaram a considerar viver em um veleiro.

Então, com a ajuda do planejador, eles economizaram cerca de R$ 5 mil por mês durante dois anos e conseguiram comprar a embarcação em 2016. A maior parte dos recursos foi usada na compra do veleiro de três cabines, que custou R$ 630 mil – mas o barco ficou pronto e foi entregue apenas em janeiro deste ano.

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Mesmo com o plano em ação e a decisão de viver viajando já tomada, o casal continuou trabalhando até 2017. Ele foi demitido do emprego como analista de sistemas em junho e ela saiu do emprego em novembro. Enquanto trabalhavam, juntos tinham uma renda de R$ 14 mil e um gasto mensal em torno de R$ 7 mil, segundo Adriana.

Do restante do dinheiro, depois da compra do barco parte era aplicado e parte era destinado a pagar as parcelas do veleiro. A carteira de investimentos do casal contava com fundos multimercados, fundos de venture capital, ações e renda fixa.

“Ao longo do tempo, isso mudou muito por conta do rumo dos projetos. Começamos com um perfil moderado e passamos para conservador, pois não podíamos perder dinheiro (porque o plano era muito arrojado)”, afirma Adriana.

Eles ainda contam com ajuda de profissionais da Academia de Planejamento Financeiro GFAI para lidar com as suas finanças quando sobra um dinheiro no fim do mês.

Hoje, o casal tem um gasto mensal de R$ 3,5 mil, que inclui plano de saúde, plano de celular, internet, licença Adobe, plano de marketing digital, supermercado, farmácia, jantares em restaurantes, transporte terrestre e turismo.

Eles tentam ganhar isso por mês, mas ainda não conseguiram desde que estão no barco. “Por enquanto, estamos usando o dinheiro dos nossos investimentos para não ficar no vermelho”, diz Adriana.

Eles não revelaram quanto ganham por mês atualmente.  77% da renda vem de charter, 17% da Apoia.se, uma plataforma em que produtores de conteúdo (como o casal) podem pedir patrocínio das pessoas que consomem o conteúdo e elas se tornam apoiadoras do projeto e  6% de YouTube, com o canal IPA Dive, e adsenses.

“Estamos em busca de patrocinadores, marcas que queiram nos usar para anúncios pagos ou garotos-propaganda. A ideia é ficar menos dependente dos charters para nos dedicarmos mais ao canal é à divulgação da cultura náutica no Brasil”, diz Adriana.

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Em 2018 e 2019, o casal irá visitar a Costa Brasileira e América do Sul. Em 2020 eles seguem rumo à Europa, passando pela Austrália. Em seguida, querem ir para a África. A ideia é voltar para o Brasil apenas em 2026, quando planejam ter um filho. 

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.