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SÃO PAULO – A Netflix, maior plataforma de streaming de filmes e séries do mundo, sempre foi um espaço livre de anúncios ou propaganda publicitária, mas o cenário cada vez mais competitivo no mundo das plataformas de streaming pode fazer com que a empresa adote outras estratégias, de acordo com uma analista.
Laura Martin, analista da Needham & Company, um banco de investimentos americano, afirmou, segundo o Market Watch, que a companhia pode perder cerca 4 milhões de assinantes nos EUA em 2020 em meio à proliferação de novos serviços de streaming que oferecem planos mais baratos, caso não haja uma reestruturação do negócio por parte da Netflix – incluindo, eventualmente, anúncios na plataforma.
Nos EUA, o plano de assinatura mais barato da companhia sai por US$ 8,99, mesmo preço da Amazon Prime Video, serviço da Amazon, enquanto o mais completo da Netflix custa US$ 15,99. Já o recém lançado Disney+ sai por US$ 6,99.
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Estratégia polêmica
Enquanto a ideia de inserir anúncios na Netflix pode assustar os fãs do serviço que se acostumaram a assistir conteúdo ininterruptamente, a análise recomenda o uso de anúncios como apenas uma nova opção que os assinantes do Netflix podem remover.
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Segundo a especialista, a adição de seis a oito minutos de comerciais por hora poderia permitir que a empresa diminuísse os preços da operação mensal de alguns pacotes, por exemplo.
Na análise da especialista, essa inserção de comerciais poderia gerar descontos de US$ 5, o que faria que a empresa pudesse oferecer planos mais baratos que os da Disney+ ou da Amazon Prime.
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O relatório diz que planos mais baratos podem atrair clientes de baixa renda e até convencer usuários que burlam os termos de uso da plataforma compartilhando senha com amigos a pagar por suas próprias contas. Mas ressalta que é muito importante deixar um plano com um preço acessível livre de anúncios no ar.
“Fora que a medida poderia ajudar a canalizar os consumidores para um dos planos sem anúncios da Netflix, que serão mais caros”, explica Laura.
Ações podem sofrer
Caso a Netflix realmente venha a perder assinantes, o reflexo nas ações da companhia pode vir com força.
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“Os assinantes da Netflix nos EUA diminuiriam em 126 mil no segundo trimestre de 2019 e as ações da Netflix caíram 10% em 24h após a notícia”, explica Laura. De acordo com o último balanço da companhia, a Netflix tinha 60,6 milhões assinantes do serviço de streaming nos EUA.
Entre as FAANG – acrônimo que seleciona as grandes empresas americanas do mundo da tecnologia (Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google) – a ação da Netflix foi a que menos valorizou durante o ano de 2019, registrando ganhos de 11% no ano. A Amazon registra aumento de 16% nas ações, a Alphabet – holding que controla o Google – teve um ganho de 28% durante esse ano.
O Facebook viu seus papéis valorizarem 54% em 2018, enquanto a Apple registrou um incrível crescimento de quase 70% nas suas ações.
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Na tarde desta terça-feira (10), as ações da Netflix registravam queda de 3,21%, cotadas a US$ 292,82, às 16h41 do horário de Brasília.
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