Morgan Stanley: restaurantes se recuperam mais rápido no Brasil do que na América Latina e na Europa

O Brasil foi responsável por mais de 60% do Ebitda da Arcos Dorados, franquia do McDonald's responsável pela operação na América Latina e Caribe

Allan Gavioli

Funcionário de restaurante na pandemia (Stephanie Keith/Getty Images)

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SÃO PAULO – Os restaurantes no Brasil estão se recuperando em um ritmo mais rápido do que o de restaurantes da América Latina e da Europa, segundo avaliação do Morgan Stanley.

Dados do estudo Google Mobility Trends, citados em um relatório do banco americano, apontam que o Brasil possui a menor queda no trânsito de pessoas que estão consumindo em restaurantes entre alguns outros países da América Latina, como Argentina, Chile e México.

O Morgan Stanley acompanha a recuperação dos restaurantes por aqui com bastante otimismo. “A recuperação no Brasil é encorajadora e um bom sinal para grandes players da alimentação no país, como a BK Brasil e a Arcos Dorados”, destaca.

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O país foi responsável por mais de 60% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) da Arcos Dorados, franquia do McDonald’s responsável pela operação da marca na América Latina e Caribe.

Já a retomada europeia seria atrasada em relação ao Brasil por conta da segunda onda de coronavírus que o continente enfrenta. Os contágios levaram a novas medidas de isolamento social.

“Acreditamos que a tendência negativa na Europa continuará em novembro, acompanhando as temperaturas mais baixas e o aumento dos casos de infecção e medidas de restrição”, afirma o Morgan Stanley em seu relatório.

Preocupação quanto ao resto do varejo

Embora o banco americano destaque a recuperação acentuada dos restaurantes brasileiros, preocupa-se com a retomada mais lenta do varejo como um todo no país. Os dados do Google Mobility Trends mostram um declínio de 22% na mobilidade para o varejo brasileiro em relação ao ano anterior, cita o Morgan Stanley.

“Os restaurantes no Brasil continuam a se recuperar em um ritmo forte, mas o varejo como um todo parece estar atrasado. Esperamos que a tendência positiva de vendas dos restaurantes continue, mas o varejo mais amplo não deve acompanhar essa tendência”, ressalta o Morgan Stanley.

O banco americano cita limitações existentes, embora decrescentes, de capacidade e horário de abertura nas lojas físicas. Também destaca preocupações com a saúde pública, enquanto ainda não houver uma vacina disponível.

Mesmo assim, os resultados do varejo brasileiro superam os de países vizinhos. “Os indicadores de mobilidade para o varejo continuam muito melhores do que os do México (-32%), do Chile (-42%) e da Argentina (-52%).”

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.