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SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou o rating da Eletrobras (ELET3; ELET6) em três categorias: como emissor em moeda estrangeira passou de Baa2 para Baa3, enquanto o perfil de risco de crédito individual caiu de ba2 para ba3, e de Baa2 para Baa3 o rating em moeda estrangeira de US$ 1,75 bilhão em bond sênior, com vencimento em 27 de outubro de 2021. Além disso, a agência manteve a perspectiva como negativa para a companhia.
Para a Moody’s, o rebaixamento se dá, principalmente, pelo fato da Eletrobras ter aceito a oferta do governo sobre a MP579 de renovar suas concessões de geração e transmissão com vencimento entre 2015 e 2017. A projeção da agência é que isso afete a companhia reduzindo as receitas e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em mais de R$ 8 bilhões em 2013.
Outro ponto destacado pelo relatório da agência reflete o fato da companhia ter como acionista principal o governo federal. Além dos fracos indicadores de crédito da Eletrobras, as práticas de governança corporativa ainda em evolução e os riscos de uma interferência política na administração dos negócios da empresa favoreceram para uma queda no rating.
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A perspectiva negativa, de acordo com a Moody’s, reflete não só a deterioração esperada nos indicadores de crédito da empresa no médio prazo, mas também as incertezas em relação à capacidade da empresa de reduzir seus custos operacionais.
Além da receitas, também é esperada uma forte queda nas tarifas de geração, que devem passar de R$ 95 por MWh para um valor entre R$ 25 e R$ 27 MWh. A Moody’s ainda ressalta, que mesmo a Eletrobras tendo uma indenização para receber do governo, que pode ser positiva para o crédito da companhia, não será o suficiente para ajudar a empresa a suprir imediatamente as necessidades de caixa e não contribuirá para o financiamento de seu programa de investimentos anual.