Mesmo com “acomodação” do setor, TIM aguarda por balanços mais aquecidos

Em entrevista ao Portal InfoMoney, diretor de RI explica que resultados do trimestre foram afetados por fatores não recorrentes e que investimentos devem melhorar números nos próximos anos

Nara Faria

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SÃO PAULO – Mesmo já estimando que o setor de telefonia como um todo passe por um processo de acomodação – após o País atingir um número de linhas que passou de 130 para 100 habitantes – a TIM Participações (TIMP3) afirma que há espaço para expandir seus números nos próximos anos, após ter encerrado o terceiro trimestre de 2012 com um lucro praticamente estável, comparado ao mesmo período do ano passado. 

O diretor de de Relações com Investidores da empresa, Rogério Tostes, afirma em entrevista exclusiva ao Portal InfoMoney, que em meio a um risco regulatório mais elevado e um cenário econômico mais desafiador, a companhia busca no desenvolvimento de novas tecnologias driblar a concorrência e buscar melhora em seus números.

O diretor afirma que a aposta está no desenvolvimento de novas tecnologias, com destaque para a conexão de internet fixa feita por meio de fibra óptica pela divisão TIM Fiber anunciada neste ano. O diretor destaca ainda que a empresa está criando ferramentas que permitem mais clareza aos usuários sobre os serviços disponibilizados. “Temos elementos para uma visão um pouco mais positiva que para o ano de 2012”, afirma. 

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Diante disso, a companhia garante o cumprimentos das metas de capex (investimentos em bens de capitais), que soma R$ 9 bilhões em três anos. “O capex tinha e tem que ser cumprido e há uma ação muito forte de investimento acontecendo com a rede TIM”, afirma o diretor de RI.

Em complemente, ele comunica que para cumprir a meta de crescimento, a empresa utilizará a própria geração de caixa. “Não há previsão de emissão de dívida, aumento de capital para gerar investimentos. Ele cabe dentro do que a gente gera”, afirma. 

O que impactou o 3º trimestre
O lucro líquido praticamente estável revelado no terceiro trimestre teve impacto de dois eventos reconhedidos pelo diretor de RI da companhia como não recorrentes, que totalizaram um valor de R$ 42 milhões. 

O primeiro deles diz respeito ao provisionamento de crédito de publicidade não utilizado nos veículos Jornal do Brasil e Gazeta Mercantil (companhias controladas pela CBM – subsidiaria do grupo Docas). O segundo, que soma R$ 26,1 milhões, trata-se de provisão para processos administrativos na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) no período entre 2007 e 2009, que por ter atingido a esfera do Conselho Diretor da agência, sua probabilidade de perda foi alterada de possível para provável, passando assim a afetar o resultado deste período.

“Esses dois exemplos, que não têm relação com o nosso dia a dia de operação, atrapalho o nosso balanço. Quando olhamos o lucro que ficou estável ano a ano, se expurgar esses dois efeitos que não fazem parte desta operação, o lucro teria tido crescimento bem interessante, por volta de 17%”, contabiliza o diretor. 

Ocorreu ainda no trimestre a suspensão de vendas determinada pela Anatel, com a alegação de que a queda proposital de chamadas, retomada de discussões relacionadas a pagamento de impostos e contingências. Para o diretor, no entanto, os efeitos das suspensões pesaram mais na imagem da companhia do que em seus resultados financeiros. 

“A companhia está investindo em propagandas e em filmes institucionais para recompor esse buraco na imagem da companhia em função das suspensões”, completa Tostes.