Mercado nem sempre entende empresas pré-operacionais, diz diretor da HRT

Enquanto a empresa faz planos para o médio e o longo prazo, investidores focam em retornos de curto prazo

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Punida com uma forte desvalorização de 57% em suas ações durante este ano, a HRT (HRTP3) acredita que o mercado nem sempre consegue entender uma empresa pré-operacional.

“Companhias pré-operacionais têm como principal característica o aporte de alto investimento e retorno em médio/longo prazo, já que são necessários, em média, cerca de cinco anos para a empresa começar a produzir e gerar receita, o que nem sempre é entendido pelo mercado, que exige um retorno de mais curto prazo”, disse em entrevista por e-mail ao Portal InfoMoney o CFO (Chief Financial Office) e diretor de relações com investidores da HRT, Carlos Tersandro Adeodato.

Ele afirma que o setor possibilita bons resultados, mas que para isso é preciso entendê-lo melhor. Para avaliar o resultado futuro é preciso compreender a fundo os fundamentos da empresa, o portfólio de ativos, o corpo técnico e os parceiros estratégicos, ressalta.

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Mas mesmo assim Tersandro admite que o investimento em companhias pré-operacionais apresenta um alto risco, o que explica a saída dos investidores em 2012, que buscam mais segurança em um momento de retração econômica mundial.

As perfurações na Namíbia, por exemplo, têm um risco maior por ser uma região ainda pouco explorada pelas petrolíferas. Mas a empresa diz que é possível minimizar esses riscos. A HRT alega ter feito o maior levantamento de sísmica 3D já feito na região. “A qualidade dos dados disponíveis nos trazem segurança e conforto para iniciarmos a campanha de perfuração com expectativas positivas de resultados.”

Incertezas começam a se dissipar
Aliado a isso, os eventos recentes parecem dissipar as incertezas que rondam a empresa, completa Tersandro. Desde outubro a empresa vendeu participação em blocos na Namíbia para a Galp e assinou uma parceria com a Petrobras (PETR3, PETR4) e a TNK-Brasil para monetizar os ativos na bacia do Solimões.

Para o futuro, a HRT diz que por já ter prospectos de excelente qualidade mapeados, espera vender participação em mais blocos na Namíbia para completar a campanha exploratória de quatro poços. A petrolífera também pretende vender participações na Bacia do Solimões.

No curto prazo, a empresa diz que ainda neste ano fará os testes no poço HRT-10. No começo do mês a petrolífera descobriu indícios de gás nele, sendo que os testes devem indicar o tipo do hidrocarboneto e o potencial de produção dos reservatórios.

Quanto ao poço 1-HRT-9, avaliado pela companhia como um dos melhores poços de gás já perfurados em bacias terrestres no país, o CFO da empresa disse que ele já foi revestido e será incluído em um plano de avaliação de descoberta, a ser enviado à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível). 

Perguntado sobre quando a empresa começaria a dar lucro, o CFO da HRT esclareceu que o foco da empresa nesses primeiros anos é descobrir hidrocarbonetos nos Solimões e na Namíbia. “Lucros são consequência das atividades”, diz.