McCain do Brasil compra controle da Forno de Minas e fundador sai do negócio de novo; entenda

A empresa mineira foi vendida e recomprada pela família fundadora na década de 1990; agora, a família sai mais uma vez do negócio

Mariana Amaro

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A McCain do Brasil, conhecida pelas batatas fritas congeladas, anunciou um acordo para aquisição de 51% da Forno de Minas. As empresas comunicaram a operação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que começará a analisar o negócio.

Com a operação, a McCain, que já era dona de 49% da mineira passa a ser a única acionista e controladora da fabricante de pães de queijo.”A McCain Foods e Forno de Minas têm estratégias de aperitivos e snacks complementares…, apresentando uma oportunidade fantástica para ambas as empresas fortalecerem e crescerem sua presença neste setor de mercado aqui no Brasil”, afirmou em comunicado à imprensa Paolo Picchi, presidente regional da McCain Foods América Latina, em 2018, quando a McCain fez seu primeiro investimento na brasileira.

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História da Forno de Minas

A história do Forno de Minas começou na década de 1990, quando os produtos congelados nos supermercados se limitavam a hambúrgueres e pizzas.

“A gente tinha muita certeza que o produto era bom, porque funcionava na nossa casa, mas não sabíamos se as pessoas iam estar dispostas a comprar”, contou Helder Mendonça, CEO e um dos fundadores da Forno de Minas, ao podcast Do Zero ao Topo. A receita do pão de queijo que vendiam era de sua mãe, a dona Maria Dalva.

A história da empresa é tema do episódio 69 do podcast Do Zero ao Topo, do InfoMoney. É possível seguir e escutar a entrevista completa via ApplePodcastsSpotifyDeezerSpreakerGoogle PodcastCastbox, Amazon Music e demais agregadores.

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Leia também: A história das maiores empresas do Brasil está no podcast Do Zero ao Topo

Um negócio de família

Helder, sua irmã Hélida Mendonça e a mãe resolveram vender pães de queijo depois que o confisco da poupança do Plano Collor quebrou os negócios que tinham — uma imobiliária e uma concessionária de carros.

“Nós vendemos as linhas de telefone que a minha mãe tinha, alugamos uma sala comercial e começamos a fabricar pães de queijo. No início, fabricávamos 60 kg por dia e o objetivo era vender em padarias e pequenos mercados”, explicou Helder.

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A estratégia deu tão certo que a Forno de Minas acabou criando uma nova categoria de produto congelado e, poucos anos depois, já estava presente nos principais supermercados de todo o país.

Em 1999, uma boa oferta fez a família Mendonça vender os negócios para a multinacional Pillsbury — posteriormente adquirida pela General Mills. Dez anos depois, Helder recebeu um telefonema: a General Mills tinha decidido fechar a fábrica da Forno de Minas e acabar com a empresa.

Ao analisar os negócios, Helder percebeu que a multinacional havia mudado a receita do pão de queijo e o volume vendido tinha caído para um terço do que era em 1999. A família recomprou os negócios e começou um intenso trabalho para retomar a produção com a receita original.

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Hoje, a empresa fatura algumas centenas de milhões de reais, possui 1.200 funcionários e está presente em mais de 90% dos supermercados do país. Confira a história completa no podcast.

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.