Mastodon: a rede social ‘vencedora’ na ‘guerra’ entre Musk e Twitter

Entenda como funciona a rede social que tem atraído usuários do Twitter e cresceu 157% desde o começo de novembro

Mariana Amaro

Ícones das redes sociais Mastodon e Twitter (Foto: REUTERS/Lisi Niesner)

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Não é novidade que as constantes mudanças e polêmicas em torno da compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk continuam afugentando anunciantes. As mais recentes empresas a abandonarem o barco (ou o passarinho) foram a seguradora Allianz e a biofarmacêutica Gilead Sciences, fabricante do medicamento remdesivir.

Mas, agora, os usuários também parecem procurar outra plataforma. O Mastodon, uma plataforma muito semelhante ao Twitter, com hashtags, conversas políticas e memes disputando espaço com fotos de gatos, registrou um crescimento de 157% no número de usuários ativos de acordo com dados divulgados pela própria plataforma.

No Brasil, foi registrado um aumento das buscas pela rede social ocorreu na mesma semana da aquisição do Twitter, segundo o Google Trends, a ferramenta do Google que mostra os mais populares termos buscados.

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O que é o Mastodon?

O Mastodon nasceu em 2016, fruto de seis anos de trabalho do jovem programador alemão Eugen Rochko, que começou o Mastodon quando se espalhavam rumores de que o fundador do PayPal e aliado de Musk, Peter Thiel, queria comprar o Twitter.

Na semana passada, o programador comemorou um importante marco para a empresa: “Atingimos 1.028.362 usuários ativos mensais em toda a rede hoje”, escreveu em sua conta do Mastodon. Quase metade dos novos usuários chegou depois do dia 27 de outubro, quando foi formalizada a compra do Twitter por Elon Musk.

No universo de redes sociais, este ainda é um número pequeno. O Twitter tem 238 milhões de usuários ativos diários e o Facebook afirma ter 1,98 bilhão de usuários ativos por dia.

Mesmo assim, o salto de usuários do Mastodon é considerado surpreendente. “Entraram mais seguidores no Mastodon na última semana do que nos cinco anos anteriores”, escreveu Ethan Zuckerman, especialista em mídia social da Universidade de Massachusetts.

Entre as vantagens da rede ‘nova’ estão, segundo seus fãs, sua abordagem descentralizada. Um exemplo: em vez de ir para o serviço fornecido pelo Twitter, cada usuário pode escolher seu próprio provedor ou até mesmo executar sua própria instância do Mastodon, da mesma forma que os usuários podem enviar emails do Gmail por uma conta profissional ou de seu servidor próprio.

Dessa forma, nenhuma empresa ou pessoa pode impor sua vontade em todo o sistema ou fechar tudo.

Mas a abordagem descentralizada também traz desvantagens: é mais difícil encontrar pessoas para seguir no Mastodon do que na ‘praça ordenada’ do Twitter e do Facebook administrados centralmente.

(com informações da Reuters)

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.