Marisa (AMAR3) confirma o fechamento de 91 lojas em 2023

Movimento garantirá um aumento de Ebitda estimado de R$ 62 milhões em base anual recorrente, segundo a rede de lojas de moda feminina

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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A Marisa (AMAR3) confirmou, no balanço do primeiro trimestre de 2023, divulgado nesta semana, que pretende fechar 91 lojas em 2023. A medida é parte de um plano de reestruturação iniciado em fevereiro.

Somente entre março e abril, a rede já fechou 25 unidades. Os fechamentos, segundo a Marisa, garantirão um aumento de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) estimado de R$ 62 milhões em base anual recorrente.

Além disso, o movimento também permite que a companhia dê continuidade ao processo de renegociação de dívidas com fornecedores e proprietários de imóveis. A rede de lojas de moda feminina diz já ter renegociado seus débitos com aproximadamente 90% dos fornecedores e 65% dos proprietários de imóveis.

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Em teleconferência para falar do balanço do primeiro trimestre ontem (16), o CEO da varejista, João Pinheiro Nogueira Batista, falou sobre atrasos em aluguéis. “Se não tivéssemos problemas de caixa, não fecharíamos lojas”, disse. “Ontem, houve algum estardalhaço em relação ao atraso de aluguéis. Nos aluguéis, usamos, por conta da nossas restrições, o atraso como ferramenta. Acabamos atrasando os pagamentos em meio às negociações”, completou.

Na semana passada, credores solicitaram a falência da Marisa em ações que tramitam no Tribunal de Justiça de São Paulo. A varejista enfrenta uma grave crise financeira e, desde o ano passado, está renegociando dívidas com bancos.

A primeira ação, que está na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Capital desde o dia 3 de maio — no valor de R$ 363,5 mil —, foi requerida pela MGM Comércio de Acessório de Modas.

Já a segunda ação tramita no mesmo tribunal desde o dia 9 de maio, referente a uma dívida de R$ 345,7 mil que a Marisa tinha com a Oneflip Indústria e Comércio, a fabricante de calçados que entrou com o pedido.

A Plasútil Indústria e Comércios de Plásticos também entrou com pedido de falência da varejista de moda feminina por causa de uma dívida de R$ 173,5 mil.

No final de março deste ano, a Marisa tinha uma dívida bruta de R$ 737,2 milhões, sendo R$ 395,6 milhões com vencimento no curto prazo. A dívida líquida era de R$ 461,6 milhões, uma redução de 21,4% sobre o nível de dezembro (R$ 587 milhões).

Em fevereiro, o alto nível de endividamento da varejista a levou a iniciar o processo de renegociação dos débitos com bancos, uma vez que ela é obrigada a cumprir os termos dos “covenants” financeiros que possui. Eles estabelecem, entre outras coisas, uma alavancagem menor.

No mesmo período, o então presidente da rede de lojas de moda feminina, Adalberto Santos, renunciou ao cargo. A Marisa informou na época que tinha contratado a BR Partners para auxiliá-la no processo de renegociação das dívidas e a Galeazzi Associados para apoiá-la no aperfeiçoamento da estrutura de custos da companhia.

Entre janeiro e março de 2023, a Marisa teve prejuízo líquido de R$ 149 milhões, um aumento de 64,2% sobre a perda de R$ 90,7 milhões registrada em igual período do ano passado.