Maior alta do Ibovespa em dezembro, HSBC tem recomendação neutra para MMX

Analistas enxergam maior tranquilidade somente em 2014 e correlação com outras empresas do grupo EBX prejudica a performance dos ativos; ações da MMX já subiram 29,6% no mês

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O HSBC iniciou a cobertura para a ação ordinária da MMX Mineração (MMXM3), atualmente a que possui a melhor performance do Ibovespa em dezembro, e também para o título híbrido da mineradora de Eike Batista, MMXM11, ambos com recomendações neutra.  Apesar da forte alta de 29,61% no mês, as projeções traçadas pelos analistas Jonathan Brandt e Miguel Falcão não são as das mais otimistas. 

Se, por um lado, os analistas veem um cenário de crescimento expressivo, redução dos riscos de financiamento e fortalecimento recente dos preços de commodities como fatores positivos para a companhia, por outro, o ambiente é de cautela. Isso em decorrência dos riscos de execução, e falta de fundamentos específicos da empresa no curto prazo, avaliam. Desta forma, Brandt e Falcão possuem preço-alvo de R$ 4,50 para os papéis MMXM3  e de R$ 3,50 para os ativos MMXM11, o que configura um downside de 1,10% e um upside de 0,86%, respectivamente -ambos calculados frente ao fechamento da última quarta-feira (26).

Brandt e Falcão destacam que os dados microeconômicos da China vêm apresentando melhora, fazendo com que o preço do minério de ferro atinja patamares de US$ 130 a tonelada. Além disso, os problemas de financiamento da MMX se minimizaram com o anúncio da oferta de direitos de R$ 1,4 bilhão, assim como a melhora de margens em função da alta do preço do minério e redução da estrutura de custos.

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Combinado a isso, está o financiamento esperado do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), propiciando caixa para suprir investimentos pelos próximos anos. Por fim, os analistas ressaltam ainda que a mineradora possui um dos melhores perfis de crescimento no universo de Metais e Mineração da América Latina.

“Espere e veja”, sugerem analistas
Contudo, o cenário de curto prazo para companhia seguirá desafiador, uma vez que a sua correlação com o minério de ferro é fraca, ao mesmo tempo que ela acompanha quase que perfeitamente os papéis das companhias do grupo “X” – 92% de correlação com a OGX Petróleo (OGXP3), por exemplo -, deixando-a suscetível às notícias negativas das outras empresas controladas pela EBX.

De acordo com os analistas, os riscos de execução dos projetos persistem, sendo que o crescimento será relevante apenas daqui a um ano. Neste sentido, a execução dos projetos Superporto Sudeste – já postergada para o quarto trimestre de 2013 – e Serra Azul continuam a apresentar riscos importantes, apontam os analistas, ao mesmo tempo em que o índice dívida líquida/Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) proforma da empresa é 17 vezes, um número preocupante.

Deste modo, devido tanto aos fatores positivos quanto negativos para a empresa, Brandt e Falcão seguem o lema “esperar para ver”: “embora a MMX pareça oferecer um crescimento expressivo, acreditamos que 2013 ainda implica diversos risco de execução”, avaliam.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.