Lucro do Facebook dobra no primeiro trimestre e número de usuários se aproxima de 3 bilhões

Apesar do crescimento, a empresa afirma queda em publicidade

Pablo Santana

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Nos primeiros três meses do ano, o Facebook faturou US$ 17,7 bilhões em receita, um aumento de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme os resultados divulgados nesta quarta-feira.

O lucro líquido no trimestre foi de US$ 4,9 bilhões, 102% maior que o alcançado no mesmo período de 2019 (US$ 2,4 bilhões).

A empresa colhe alguns frutos por conta das medidas de distanciamento social. Os números de usuários ativos diários e mensais do Facebook cresceram dois dígitos na comparação ano a ano, para 1,73 e 2,6 bilhões, respectivamente.

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O número de pessoas ativas em qualquer umas das redes de produtos do Facebook, que inclui WhatsApp e Instagram, aumentou para 2,99 bilhões de pessoas por mês no primeiro trimestre – crescimento de 11% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os dados “refletem um aumento do engajamento à medida que as pessoas ao redor do mundo se abrigavam em casa e usavam nossos produtos para se conectar com as pessoas e organizações com as quais se preocupam”, afirmou o Facebook em comunicado à imprensa.

Apesar do crescimento, a empresa afirma ter experimentado uma redução significativa na demanda por publicidade, bem como um declínio relacionado aos preços de anúncios nas últimas três semanas do primeiro trimestre de 2020.

Segundo a companhia, as receitas de publicidade nas três primeiras semanas de abril permaneceram estáveis – se aproximando dos níveis registrados no mesmo período de 2019 – o que demonstra que a empresa está conseguindo enfrentar a crise.

Por conta do cenário de incertezas, o Facebook não forneceu previsões de receita específica para o segundo trimestre ou 2020.

A empresa disse que iria adiar alguns de seus planos de gastos neste ano por causa do coronavírus. As despesas de capital variam entre US$ 14 bilhões e US$ 17 bilhões, contra os US$ 16 bilhões a US$ 19 bilhões anteriormente planejados, informou.

“Dado o forte crescimento do engajamento e as demandas relacionadas à nossa infraestrutura, a redução de investimentos deste ano deve ser vista como um adiamento para 2021, e não como uma economia”, disse o Facebook.

Durante o trimestre, o Facebook manteve um controle sobre suas despesas operacionais, que permaneceram praticamente inalteradas em relação ao ano anterior, em US$ 11,8 bilhões. As despesas totais para este ano também foram reduzidas, o que estava planejado para ficar na faixa de US$ 54-59 bilhões ficará entre US$ 52-56 bilhões.

As ações da companhia chegaram a se valorizar em até 10% no after market da Bolsa, quando as negociações ocorrem após o horário comercial. Às 20h05 (horário de Brasília), os papéis estavam sendo praticados a US$ 211.50.

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios