Lucro da Petrobras (PETR4) cai 42% e fica em R$ 4,03 bilhões no 1º trimestre

Resultado ficou abaixo dos R$ 5,309 bilhões esperados pelos analistas, segundo mediana apontada pela Bloomberg.

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A Petrobras (PETR3; PETR4) fechou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 4,031 bilhões, uma queda de 42%, ante os R$ 6,961 bilhões registrados um ano antes. O resultado também ficou abaixo dos R$ 5,309 bilhões esperados pelos analistas, segundo mediana apontada pela Bloomberg.

O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, por sua vez, ficou em R$ 27,487 bilhões, uma alta de 7% em um ano, em linha com a projeção de R$ 27,481 bilhões dos analistas.

Na comparação com o quarto trimestre de 2018, porém, o lucro da companhia avançou 92%, por conta da menor incidência de itens especiais, enquanto o Ebitda ajustado caiu 6% como reflexo das menores margens de petróleo, menor produção no período e pelos menores volumes de vendas.

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Como os analistas já previam, houve uma queda de 4% na produção de petróleo da estatal por conta da concentração de paradas para manutenção das plataformas da empresa. De acordo com a Petrobras, a expectativa é de crescimento da produção no segundo trimestre, à medida que os novos sistemas avancem no processo de ramp-up.

Enquanto isso, a companhia fechou o primeiro trimestre com uma receita de vendas de R$ 79,999 bilhões, uma alta de 7% ante os R$ 74,461 bilhões registrados no início de 2018. Já o fluxo de caixa livre foi positivo pelo décimo-sexto trimestre consecutivo, totalizando R$ 12,1 bilhões.

Já na comparação com o quarto trimestre, a receita da companhia caiu 14%, o que é explicado por três fatores:

I) pela redução das cotações internacionais do petróleo, que na média ficaram 7% abaixo do trimestre anterior, acarretando menores preços de venda de diesel e gasolina (R$ 5,4 bilhões);

II) menor volume de vendas de derivados no mercado interno (R$ 3,0 bilhões), devido à redução da atividade econômica no início do ano e à maior concorrência; e

III) redução na receita com exportações (R$ 1,2 bilhão) como reflexo dos menores preços das commodities.

A dívida líquida, por sua vez, totalizou R$ 372,2 bilhões ao fim do trimestre, um aumento de R$ 103,4 bilhões em relação ao fim de 2018, resultado impactado pela adoção da norma contábil pelo IFRS 16. Sem considerar estes efeitos, o endividamento líquido da companhia seria de R$ 266,3 bilhões.

Proventos
A Petrobras também anunciou que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio de R$ 0,10 por ação aos seus acionistas, totalizando uma distribuição de R$ 1,304 bilhão em proventos. 

O pagamento será realizado no dia 5 de julho de 2019. Para os detentores de ADRs – na prática, as ações da Petrobras negociadas na bolsa de Nova York – a record date será o dia 23 de maio e o pagamento será realizado através do Bank of New York Mellon, que é o agente depositário das ADRs. 

O investidor que quiser aproveitar os dividendos deve comprar os papéis e segurá-los em sua carteira até a ‘data-com’, ou seja, o último dia para estar apto a receber o pagamento – no caso, dia 21 de maio. As ações deixarão de dar o direito de recebimento dos JCP aos acionistas a partir do dia 22. 

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.