Lojas Americanas deverá continuar a ser afetada por B2W, avalia Itaú

Segundo análise do Itaú, apesar de momento bom ser bom para a LAME4, balanço da empresa deverá continuar a ser destinado a "investimentos" na B2W,
Fachada de loja física das Americanas
Fachada de loja física das Americanas

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SÃO PAULO – O Itaú BBA está mais conservador com Lojas Americanas (LAME4), por acreditar que o desempenho da empresa tende a ser afetado pela fraca performance da B2W (BTOW3). O banco mantém recomendação de “manutenção” para ambos papéis, com preços-alvos de R$ 21,00 e R$ 12,90, o que representa potencial teórico de apreciação de 21,74% e 17,38%, nesta ordem, para dezembro de 2013.

Para o banco, enquanto o momentum operacional ainda é forte para as Lojas Americanas, a B2W ainda não superou as dificuldades. ” Embora a melhora morosa esperada nos resultados esteja ainda a caminho, esta ainda está longe de ser suficiente para gerar caixa no curto prazo”, diz a analista Juliana Rozenbaum.

“Se a B2W não consegue gerar caixa suficiente, a companhia pressiona o balanço das Lojas Americanas, seja direta ou indiretamente, o que a torna uma tese de investimento menos interessante”, acrescenta Juliana.

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Momentum forte para LAME4
Segundo o Itaú, a  Americanas está em bom momentum e acrescenta que sua capacidade de aumentar a área, as vendas mesmas-lojas, margens e retornos, a torna como uma das varejistas brasileiras com melhor histórico na geração de valor e caixa.

Enquanto o imbróglio da B2W perdurar, no entanto, o dinheiro conquistado pela Lojas Americanas – e, em último caso, sua posição de caixa – precisa ser “investido” na B2W, e não pode ser inteiramente destinado à sua operação de varejo lucrativa, enfatiza o banco. “Portanto, a geração de caixa da Lojas vai para a B2W, não se revertendo em dividendos”, ressaltou Juliana.

B2W: Fluxo de caixa livre positivo só em 2019
A B2W voltará a apresentar FCFE (Fluxo de Caixa Livre Para a Empresa) apenas em 2019, segundo previsão do Itaú BBA. Para Juliana, a maioria dos problemas operacionais da companhia já está superada, e o crescimento provavelmente deve se acelerar lentamente.

Ela estima que, com sistemas melhores e mais centros de distribuição, as entregas não deverão mais constituir um obstáculo ao crescimento. Sendo assim, a companhia pretende diminuir os descontos, reduzindo ao mesmo tempo o número de dias necessários para a entrega e, em teoria, crescer e expandir as margens contemporaneamente.

“Estamos apenas ligeiramente mais cautelosos quanto ao ritmo da recuperação, já que acreditamos que a marca teve perda de valor, e que a concorrência continua difícil”, pondera. O cenário para concorrência está mais acirrado devido à aguardada entrada da Amazon no mercado no País.

“Portanto, uma recuperação lenta, associada à necessidade de um capex significativo (R$ 1 bilhão nos próximos três anos) não permitirá que a companhia consiga gerar fluxo de caixa livre antes de 2019”, adiciona a analista.

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Pela previsão do Itaú, a companhia precisará de R$ 300 milhões por ano em nova dívida ao longo dos próximos três anos. “Certamente, outro aumento de capital tornaria as coisas bem mais fáceis”, acrescenta.