Latam, Gol e Azul: efeito-Avianca e resiliência beneficiam aéreas brasileiras, diz Moody’s

Brasileiras devem reportar resultados acima da média regional por reagirem melhor ao estresse cambial

Paula Zogbi

Avião da Latam

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SÃO PAULO – A empresa de avaliação de risco Moody’s antevê bons resultados financeiros para as companhias aéreas brasileiras, apesar do estresse cambial.

Em geral, um câmbio desvalorizado atinge negativamente companhias aéreas, já que, entre outros gastos, o preço do combustível é atrelado ao dólar. Mas, para a Moody’s, as brasileiras do setor devem se beneficiar de ser mais resilientes ao estresse cambial do que seus pares no restante da América Latina.

“De um modo geral, as aéreas fizeram um bom trabalho para lidar com o estresse cambial ao cortar custos e capacidade, reduzir descasamentos entre receitas e passivos denominados em moeda estrangeira e ao começar a cobrar por itens como serviços oferecidos durante os voos”, afirma Marcos Schmidt, VP-Senior Credit Officer da Moody´s em referência ao trimestre passado.

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Em outra ponta, os grandes nomes do país (Latam, Gol e Azul) ganham com a saída da Avianca do mercado brasileiro. Com menos uma concorrente, essas aéreas ganham maior poder de precificação de passagens.

“Apesar de esforços em andamento para tornar o mercado de aviação brasileiro mais competitivo, barreiras de entrada significativas tais como impostos elevados e longas distâncias protegem as três aéreas das concorrentes de baixo custo, uma vantagem singular em comparação aos mercados internacionais”, escreveu a Moody’s.

De maneira geral, a empresa de avaliação de risco espera que as aéreas brasileiras reportem resultados financeiros acima da média regional, com margens EBIT ajustadas até o final de 2020 de 15%-20% tanto para Azul e Gol e de 5%-10% para a Latam, beneficiada também pelo anúncio recente de compra de participação de 20% pela Delta Airlines.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney