Justiça condena Eternit a pagar R$ 500 milhões por exposição ao amianto

A condenação envolve indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 500 milhões e por danos individuais que teriam sido sofridos por 11 pessoas

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – A Eternit (ETER3) informou que foi condenada pela 1ª Vara Federal de Vitória da Conquista (BA) nesta terça-feira (22) ao pagamento de R$ 500 milhões por danos morais coletivos contra sua subsidiária Sama. O processo foi feito pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público do Estado da Bahia contra a controlada, os municípios de Bom Jesus da Serra, Caetanos e Poções, o Estado da Bahia e a União Federal.

A ação se refere à mina de São Felix, onde a Sama encerrou formalmente as suas atividades em 1967, segundo a Eternit. A condenação, em primeira instância, envolve indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 500 milhões e por danos individuais que teriam sido sofridos por 11 pessoas identificadas em perícia, incluindo pagamento de R$ 150 mil a títulos de danos morais individuais.

Além disso, foi decidido, como indenizações às famílias, a inclusão em plano de saúde, fornecimento de medicamentos e equipamentos necessários ao tratamento da doença, pagamento de danos materiais que vierem a ser oportunamente comprovados e pagamento de pensão no valor de um salário mínimo e meio, mensal e vitaliciamente.

Continua depois da publicidade

A sentença também decretou indisponibilidade dos bens do ativo não circulante e bloqueio dos valores auferidos a título de lucro da Sama. A Eternit afirma que a chance de êxito da ACP foi mantida como possível por seus assessores jurídicos e a avaliação quanto à chance de perda na magnitude expressa na sentença é considerada remota.

“A esse respeito, aliás, a Eternit entende importante o registro feito pelos seus assessores jurídicos, no sentido de que: o valor fixado a título de dano moral coletivo pela sentença é incompatível com os parâmetros estabelecidos por nossos tribunais e, ademais, com a prova dos autos; de todo modo o pagamento relativo ao dano moral coletivo não será realizado pela Sama neste momento, na medida em que a decisão está sujeita à interposição de recurso dotado de efeito suspensivo; e as verbas arbitradas na sentença para as indenizações individuais deixaram de levar em consideração transações realizadas e judicialmente homologadas com a maior parte das pessoas identificadas em perícia como elegíveis ao seu recebimento”, disse a empresa.

A Eternit informou ainda que tomará todas as medidas legais que estiverem ao seu alcance para reverter a decisão nas instâncias superiores.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.