Juros baixos devem impulsionar negócios no país, diz José Galló, presidente do conselho da Renner

Em evento, presidente do conselho de administração da Renner afirmou que o grande desafio dos empreendedores é a execução de novas ideias

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O desenvolvimento tecnológico e o cenário econômico atual, com juros baixos estimulando os investimentos em empreendedorismo, é a combinação ideal para impulsionar a inovação no país e transformar ideias em soluções que possam mudar positivamente a sociedade.

Essa é a visão de José Galló, presidente do conselho de administração da Lojas Renner, que reforçou o potencial de inovação existente no Brasil durante um painel sobre pioneirismo, no 7º Fórum de Liberdade e Democracia.

O evento, promovido pelo Instituto de Formação de Líderes de São Paulo, contou também com a presença de Jayme Garfinkel, do grupo Porto Seguro, do jornalista e cientista político, Jorge Caldeira e do surfista Carlos Burle.

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“Nós temos potencial, mas ele precisa ser transformado em ações concretas. O pioneiro é aquele que constrói uma grande fortuna criando alguma coisa que é um diferencial. Estamos diante de uma transformação tecnológica brutal e essas ferramentas digitais são revolucionárias, porque viabilizam negócios e reduzem os custos. Esse é um grande campo fértil para surgirem os novos pioneiros”, explica Galló.

Apesar do entusiasmo com os avanços tecnológicos, o executivo demonstrou preocupação com os desafios existentes no setor de educação do país e com a burocracia, fatores que limitam o desenvolvimento dos negócios e a execução de ideias que podem se tornar pioneiras.

Ele comentou que países como a Coreia do Sul, que valorizam a educação desde a base, estimulam seus cidadãos a descobrir novos caminhos, se expondo aos riscos e criando novas soluções.

O empresário, com mais de 40 anos de carreira no varejo, sendo os últimos 22 à frente das Lojas Renner, pontua que o grande desafio para os empreendedores é a execução de planos que estão no campo das ideias.

“O nosso analfabetismo funcional é a grande barreira que devemos vencer, inclusive, para valorizarmos as nossas riquezas e transformar esse potencial em algo. Ideias diferenciadas hoje se viabilizam de forma mais rápida do que no passado e vivemos um momento extremamente favorável para isso. Eu vejo nos próximos anos uma inflação sob controle e o ‘rentismo’ baixo vai fazer com que o grande ativo nesse momento seja a criação de negócios”, complementou.

Galló citou sua atuação no comando de uma das maiores varejistas do país e como buscou incorporar as ideias do fundador da empresa, Antônio Jacob Renner, para ajudar na expansão da companhia e motivar os colaboradores a acreditar nas inovações propostas no modelo de negócio.

“Quando eu assumi, eu não quis reinventar a Renner. Fui conhecer a história da empresa e os princípios do seu fundador para transformá-los em ideias. Resgatamos os valores do pioneiro para construir uma empresa que encantasse os consumidores e fizesse com que todas as pessoas aqui dentro se engajassem nessa visão”, conta.

Sustentabilidade

Assunto no centro dos debates no mercado financeiro atualmente, a filosofia ESG (environmental, social and governance, em inglês), que busca integrar nos investimentos as melhores práticas ambientais, sociais e de governança das empresas, também foi discutida no painel.

Segundo os palestrantes, o Brasil tem grande potencial de se tornar referência no mundo todo por conta dos grandes recursos naturais existentes no seu território. Com a pandemia elevando as preocupações em torno da segurança e sobrevivência na terra, a economia global passou a direcionar seus recursos com o objetivo de potencializar ações sustentáveis.

Para Galló, a próxima crise mundial será provocada por problemas de sustentabilidade e, com o tema se tornando prioridade entre as nações, o Brasil deveria traçar estratégias para aproveitar sua proeminência em termos de riqueza natural e liderar mudanças em âmbito global.