Com Trump, grupo de bilionários do Vale do Silício sugere separar a Califórnia dos EUA

Líderes e empreendedores acreditam que a indústria do estado está em risco com a eleição do republicano

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Opositores do recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump, estão pregando a separação da Califórnia do restante do país. Para eles, o antro empreendedor do Vale do Silício está ameaçado pelas propostas do republicano e existe a necessidade de um referendo que dividiria o território

Shervin Pishevar, bilionário que investiu na Uber em sua fase inicial, é um dos maiores entusiastas do plano. Logo antes do anúncio oficial do novo presidente, ele publicou no Twitter a ideia de transformar o estado em nação, recebendo apoio de CEOs e outros nomes importantes da região.

Para ele, “a coisa mais patriótica que pode ser feita é questionar a ideia de federação de estados e pedir por uma nova convenção constitucional por mudanças sistêmicas”. A movimentação já ganhou até um nome: Calexit.

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Durante toda a campanha, Trump deu a entender que passaria a aplicar políticas isolacionistas, o que pode dificultar movimentações econômicas entre os EUA e outros países.

Trump nunca escondeu sua antipatia por diversas companhias da região do Vale do Silício. O líder prega que a Apple pare de fabricar iPhones na China e é contra o programa de imigração de especialistas em tecnologia apoiado por Mark Zuckerberg, por exemplo. Meses atrás, líderes da área escreveram uma carta aberta como alerta aos “perigos” de uma possível eleição do republicano para a inovação.

O investidor anjo Jason Calacanis, o investidor serial Mark Rogowsky, que também já esteve na Uber, e o democrata Evan Low estão entre os nomes que apoiaram a campanha. Segundo Shervin, a “Nova Califórnia” já nasceria como o sexto país mais rico do mundo e teria a missão de “confrontar os problemas sistêmicos que esta eleição expôs”.

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Caso a ideia vire um movimento real, já há nomes grandes da região que provavelmente reagirão. O fundador do Paypal, Peter Thiel, é um deles.

Logo depois da eleição do também bilionário, ele o parabenizou em entrevista ao Business Insider, dizendo que “já faz muito tempo que deveríamos ter encarado os problemas do país”.

Brasil

Empreendedores de outros países também se preocupam com a chegada de Trump à presidência da maior economia do mundo. Isso porque os investimentos em inovação, em grande parte, vêm justamente dos Estados Unidos.

“Tomara que eu esteja errado, mas se Hillary vencesse o cenário seria mais estável. Para quem depende do investimento externo é necessário entender que agora vai ser mais difícil”, disse ao InfoMoney o CEO do Guiabolso Thiago Alvarez, durante evento sobre o cenário de fintechs no Brasil.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney