Ilan diz que BC irá atacar o spread bancário “pela raiz”

Presidente do BC disse em entrevista ao Estadão que não tomará medidas "voluntariosas"

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Para Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central brasileiro, é preciso atacar problemas brasileiros “pela raiz” – e um destes problemas é o spread bancário.

“Lidar só com os sintomas leva a decisões voluntariosas e equivocadas. Isto já foi feito no Brasil no passado em várias áreas, o que reflete esse anseio de soluções em dias ou semanas para problemas de décadas”, disse Ilan em entrevista ao Estadão. “Nessa área de spread, houve uma tentativa desse tipo há alguns anos. Nós hoje estamos atacando o problema, mas não vamos tomar atitudes voluntariosas que já deram errado no passado. Nada forçado, que possa dar resposta no curtíssimo prazo, mas que volta pior depois”, complementou.

Para ele, existe uma queda constante do spread, mas com defasagem normal com relação à Selic. “Há uma defasagem entre a queda da Selic e do spread, da mesma forma que, quando a Selic sobe, o spread demora mais a subir”, argumentou.

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Como medidas para lidar com o problema, o presidente do BC cita a agenda BC+, destacando garantias eletrônicas, diminuição nos custos jurídicos com a reforma trabalhista e a tentativa da aplicação do cadastro positivo para o brasileiro. Tudo isso, acredita Ilan, diminuirá custos e juros.

Considerando produtos “especiais”, como o rotativo, ele cita problemas com “subsídio cruzado”. “Nós mudamos as regras do rotativo e acabamos com a bola de neve. Depois de 30 dias, tem que oferecer uma alternativa. E a taxa de juros no rotativo regular caiu pela metade”, diz. “Ok, a gente quer que caia mais, para um quarto, mas ninguém pode dizer que está caindo devagar. Em segundo lugar, o Congresso aprovou a lei que permite a diferenciação de preço do pagamento à vista. E no cheque especial vai ter uma regulação na Febraban”, elenca o presidente do BC.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney