Cade aprova compra da Nextel pela Claro sem restrições

Na opinião do Cade, não há relação causal entre o negócio e quaisquer possíveis problemas de concorrência no mercado de serviços de telefonia móvel pessoal 

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou o acordo de venda da Nextel Brasil para a mexicana América Móvil, dona da Claro no Brasil, sem restrições. A decisão foi publicada no Diário Oficial na última sexta-feira (6) e assinada pelo superintendente-geral substituto Kenys Menezes Machado.  

Na opinião do Cade, não há relação causal entre o negócio e quaisquer possíveis problemas de concorrência no mercado de serviços de telefonia móvel pessoal. O valor da transação foi de US$ 905 milhões, cerca de R$ 3,6 bilhões. 

Para a Claro, o acordo significa uma consolidação no país. A segunda maior operadora do Brasil, agora vai integrar as mais de 3,5 milhões de linha móveis ativas que a Nextel possui em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.  

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Para a Nextel, o negócio vem em boa hora. A NII Holdings, dona da operadora, divulgou seu balanço financeiro do segundo trimestre de 2019 com números no vermelho: a empresa teve prejuízo líquido de US$ 12,15 milhões.

A companhia chegou a afirmar que se a venda para a Claro não fosse concluída até o final deste ano, ela não teria dinheiro para continuar operando em 2020.

O Bradesco BBI afirmou que a aprovação está alinhada com a sua expectativa em relatório enviado nesta segunda-feira (9).

“Não prevíamos grandes obstáculos antitruste, dado o tamanho do acordo. No futuro, gostaríamos de ver se existe um ambiente competitivo mais racional no mercado pós-pago, que foi mais construtivo que o segmento pré-pago no ano passado”, diz o texto assinado pelos analistas Fred Mendes e Guilherme Haguiara.  

Em junho, a Tim e a Telefônica chegaram a alegar que se a compra fosse aprovada, a Claro passaria a deter uma concentração significativa do espectro de radiofrequência, o que poderia causar desequilíbrios na concorrência. Mas o órgão antitruste não entendeu a negociação dessa maneira. 

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.