Como o fim da Forever 21 afetaria os shoppings brasileiros

Analistas do Credit Suisse avaliam que a rede Multiplan sofreria maior impacto com uma potencial saída da marca do país  

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Na semana passada, o noticiário internacional informou que a rede de fast fashion Forever 21, dona de mais de 800 lojas no mundo inteiro, se prepara para entrar com um pedido de recuperação judicial. Não está claro se o Brasil, onde há mais de 30 lojas da rede, será afetado. Mas uma eventual saída da marca do país impactaria diferentes cadeias de shoppings centers em diferentes níveis.

Em um relatório, analistas do Credit Suisse avaliaram o tamanho do baque para as quatro redes de shoppings listadas na Bolsa brasileira: Aliansce Sonae (ALSC3), BR Malls (BRML3), Iguatemi (IGTA3) e Multiplan (MULT3). Segundo a avaliação dos especialistas, esta última seria marginalmente mais prejudicada.

Os shoppings da Multiplan, cujo portfólio inclui as marcas Morumbi Shopping, Barra Shopping e BH Shopping, abrigam 11 lojas da rede Forever 21 – mais que seus pares BR Mall (seis) e Aliansce Sonae (três). Já a rede Iguatemi não possui lojas da varejista, portanto, não deve sofrer impactos.

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Considerando lojas de 1.000 metros quadrados, estima-se um impacto na vacância de 130 pontos-base para a Multiplan; 60 pontos-base para a BRM e 30 para a Aliansce.

Vale lembrar que os shoppings brasileiros já estão com taxas de vacância altas, resultado da crise econômica nacional. Ainda assim, mesmo atrasando a curva de recuperação, os analistas avaliam que o impacto da saída da Forever 21 do Brasil não deve ser tão forte, já que os alugueis pagos pela varejista são relativamente baixos.

“Reconhecemos que o término dos contratos de aluguel poderia inclusive potencialmente abrir espaço para spreads positivos e maior receita financeira no futuro, quando a retomada dos aluguéis chegar”, diz o relatório.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney