Apple tem “pior dia da era iPhone”: analistas de Wall Street comentam a derrocada

No pregão da Nasdaq desta quinta-feira (3), os papeis da companhia despencavam 9%  

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – A notícia de que a Apple perdeu R$ 70 bilhões em valor de mercado após estimar receita mais fraca neste trimestre abalou o mercado.

A surpresa da Apple para Wall Street foi desagradável na última quarta-feira (2), quando divulgou uma carta assinada por Tim Cook em tom bem pessimista. E os resultados estão se refletindo no pregão desta quinta-feira (3). Às 13h25 (horário de Brasília) os papeis da companhia despencavam 9%. 

A Apple havia dito aos investidores que esperava uma receita de entre US$ 89 bilhões e US$ 93 bilhões no primeiro trimestre de 2019. Mas no texto da carta, a empresa revisou essa estimativa para US$ 84 bilhões, 7,6% a menos.

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Os analistas de Wall Street reagiram à notícia, em geral, com muitas críticas e reduzindo os preços-alvos. Alguns disseram que os problemas da Apple eram piores do que o antecipado, enquanto outros justificaram que a notícia expõe sérios problemas estruturais na empresa

Veja o que Wall Street está dizendo sobre as expectativas de lucro da Apple:

Wedbush

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O analista da empresa de serviços financeiros Daniel Ives não mediu suas palavras, e afirmou que a carta assinada por Cook marcou “o pior dia da Apple na era iPhone”. “A magnitude da carta e a atitude de declarar a China como culpada foi espantoso e pesará fortemente sobre as ações”, disse ele.

Preço-alvo: US$ 200 (ante US$ 275)

Goldman Sachs 

O Goldman Sachs reduziu sua projeção de receitas do ano financeiro de 2019 em 6%, para US$ 253 bilhões. O banco disse que a Apple é mais sensível a mudanças macroeconômicas do que a maioria das empresas.

“Não vemos fortes indícios de uma desaceleração do consumidor em 2019, mas apenas alertamos os investidores de que acreditamos que as taxas de reposição da Apple sejam muito mais sensíveis à macroeconomia agora que a empresa está se aproximando da penetração máxima do iPhone [ou seja, já atingiu seu limite de mercado]”, afirmou a equipe de analistas no relatório do banco. 

Preço-alvo: US$140 ( ante US$ 182)

Citi

O Citi afirmou que o impacto das tensões comerciais entre os EUA e a China está sendo pior do que o esperado.

“Embora já vínhamos comentando sobre o impacto negativo das tensões comerciais entre EUA e China, que resultaram em queda na demanda por produtos da Apple no país asiático, ficamos realmente surpresos com as estimativas de vendas abaixo do esperado, além do impacto muito negativo da demanda chinesa por iPhones ”, disseram analistas do Citi.

Preço-alvo: US$170 (ante US$ 200)

Bank of América Merrill Lynch

O banco acredita que as coisas podem piorar ainda mais para a Apple. “Embora as tensões comerciais com a China possam diminuir no primeiro semestre de 2019, a diminuição da demanda mais ampla e os ciclos de atualização mais lentos provavelmente pressionarão as as vendas de unidades ainda mais para baixo (hoje as prevemos 181 milhões de unidades vendidas, ante os 210 milhões do último relatório)”.

Preço-alvo: US$195 (ante US$ 220)

Morgan Stanley

“A China está seguindo os passos do mercado norte-americano, com o alongamento dos ciclos de substituição de smartphones, desacelerando o crescimento geral do mercado”, afirmou sucintamente o relatório do Morgan Stanley. 

Preço-alvo: US$ 211 (ante US$ 236)

Wells Fargo

“Não é preciso dizer que os resultados negativos da Apple têm implicações derivativas de longo prazo”, disseram analistas, destacando empresas como Intel e Broadcom como opções com bom potencial.

Preço-alvo: US$ 160 (ante US$ 210)

Longbow Research 

“A magnitude do déficit de vendas liderado pela China é um claro sinal de que a tese de crescimento de novos produtos e serviços de alta margem e retorno não tem peso suficiente para mitigar um declínio substancial na demanda do iPhone”, diz o relatório.

BMO Capital Markets

“Temos sido cautelosos em relação à capacidade dos novos iPhone de impulsionar um ciclo de atualização, particularmente na China, e os resultados do trimestre de dezembro são piores do que esperávamos”, disse o documento.

Preço-alvo: US$ 153 (ante US$ 213)

Nomura

Analistas da Nomura disseram que a queda de vendas do iPhone é “severa” e sugeriram que a fraqueza “está principalmente nos novos modelos XS / XR”. A empresa acrescentou que os problemas da Apple são “parcialmente estruturais, parcialmente cíclicos”, mas disseram que há “pontos com muito potencial” em serviços e tecnologia vestível, como o Apple Watch.

Preço-alvo: US$ 175 (ante US$ 185)

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.