Cielo tem mais riscos que oportunidades com regulação nova, diz Credit

Lojistas deixarão de ser obrigados a fazer operações que antecipam o recebimento do dinheiro de vendas por cartões de crédito com uma única instituição financeira  

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Foi anunciada ontem pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), a regulação do uso de recebíveis como colateral de crédito. Todas as adquirentes obrigatoriamente terão de seguir as novas definições, que, entre outras novidades, impedem uso excessivo de colateral.

A partir do fim de janeiro, quando entra em vigor a resolução, o saldo dos recebíveis antecipados necessariamente será depositado em uma conta no domicilio bancário, e o banco terá 2 dias uteis para decidir se repassa ao lojista ou se vai exercer o colateral.

As regras novas também abrem espaço para concorrência. Os lojistas deixarão de ser obrigados a fazer operações que antecipam o recebimento do dinheiro de vendas por cartões de crédito com uma única instituição financeira. Essa exclusividade antes era conhecida como “trava bancária”.

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Já analistas do Credit Suisse dizem que adquirentes como Cielo (CIEL3), Stone e Pagseguro têm mais a perder que a ganhar com estas novidades. “Acreditamos que o varejista não terá incentivo [para antecipar recebíveis], dada a transferência do saldo ao domicilio bancário”, escreveram os especialistas no setor.

A notícia é vista como “marginalmente negativa no curto prazo, já que o maior apetite de crédito dos bancos pode trazer mais competição para o volume de pré-pagamentos das adquirentes”. No entanto, “no longo prazo não enxergamos impacto relevante, uma vez que o sistema já estava programado para trocar com a implementação da central de recebíveis”, dizem.

Para Rafael Frade, do Bradesco BBI, a competição realmente deve ser intensificada com a novidade. “Há algum tempo a Cielo vem sofrendo competição intensa com inúmeros novos entrantes”, diz. Ele espera uma queda brusca no yield da empresa, com retomada apenas no quarto trimestre de 2019.

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Considerando a estratégia de derrubar os preços anunciadas pela empresa, Frade mantém recomendação neutra, mas reduz o preço alvo para R$ 16, ante R$ 19.

Nesta quinta-feira (20), a ação da empresa abriu em queda de 0,19%, ante alta de 0,86% do Ibovespa. O papel sofre baixa de 55,70% no acumulado do ano. Para investir em ações com corretagem zero, clique aqui e abra uma conta na Clear. 

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney