Bancos brasileiros têm canais digitais defasados, diz diretor global do Google

Segundo Todd Pollak, plataformas digitais de instituições financeiras do Brasil ainda não são vistas como uma oportunidade de geração de negócios

Luiza Belloni Veronesi

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SÃO PAULO – Em sua passagem pelo Brasil para o “Think Finance”, evento sobre o comportamento do consumidor, o diretor de finance & insurance global do Google, Todd Pollak, afirmou que as instituições financeiras brasileiras ainda têm muito o que desenvolver em seus canais digitais para acompanhar o novo consumidor multi-tela do País, que prefere as plataformas digitais na hora de utilizar os serviços bancários.

Na opinião do executivo, a conectividade está redefinindo as expectativas do consumidor e suas novas exigências não são atendidas pelas áreas de TI dos bancos. “O que acontece é que a empresa tem tratado esse tema muito marginalmente”, conta Pollak.

Em relação aos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, onde 30% das buscas realizadas no Google são por meio de dispositivos móveis, como smartphone e tablet, os serviços brasileiros estão muito aquém. “Nós entendemos que as instituições financeiras poderiam extrapolar o ambiente transacional. As empresas daqui estão muito imaturas na geração de negócios no ambiente mobile”, explica o diretor.

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Um exemplo disso, nos Estados Unidos, é a facilidade de transferência de dinheiro de uma conta para outra por dispositivos móveis, assim como contratar seguros de qualquer item pelo celular, sem a intermediação de um corretor.

“Nos Estados Unidos, onde o seguro de carro é obrigatório, o consumidor pode contratar o seguro pelo dispositivo na própria concessionária, no ato da compra do carro”, exemplifica o diretor de negócios para o setor financeiro do Google no Brasil, Thiago Machado. “Enquanto no Brasil, se você entrar em qualquer site de grandes bancos pelo celular, o mesmo site do desktop estará disponível, não uma versão mobile, o que torna a experiência do consumidor muito pior.”

Revolução mobile no Brasil
Mesmo com as diferenças regionais, Todd Pollak acredita que, como aconteceu nos Estados Unidos, onde a revolução mobile se intensificou no último ano, no Brasil, o crescimento das vendas de smartphones e tablets já sinaliza as primeiras mudanças neste cenário. “É só uma questão de tempo, daqui um ano ou dois.”

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Machado ressalta que cada vez mais empresas buscam acompanhar o novo consumidor e prevê que, em pouco tempo, eles terão mais produtos e serviços disponíveis na internet, com uma abertura de conta ou solicitação de um cartão de crédito totalmente on-line. “No futuro, a autonomia do cliente será a grande diferença para construir uma boa relação com o banco.”