Grande São Paulo e mais cinco regiões entram na fase verde do Plano SP; cinemas e teatros podem abrir

A fase verde permite menor restrição em estabelecimentos comerciais e a retomada das atividades do setor cultural

Equipe InfoMoney

O Theatro Municipal, em São Paulo (Rovena Rosa/Agência Brasil)

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SÃO PAULO – Nesta sexta-feira (9), o governo de São Paulo anunciou que a Grande São Paulo e mais cinco regiões do estado avançaram para a fase verde do Plano SP, uma fase mais branda do plano de flexibilização econômica definido pelo governo do estado no início da pandemia.

As regiões de Taubaté, Campinas, Piracicaba, Sorocaba, Baixada Santista e Grande São Paulo apresentaram quedas consecutivas nos indicadores do Plano SP e puderam passar à fase verde, a segunda fase menos restritiva do plano de flexibilização. Juntas, elas concentram 76% da população do estado.

As regiões de Araçatuba, Araraquara, Bauru, Franca, Marília, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto São João da Boa Vista e São José do Rio Preto prosseguem na etapa amarela. Já a região de Barretos teve piora nos índices de avanço da pandemia e foi a única a regredir para a fase laranja.

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Fase verde permite mais flexibilizações

Segundo os critérios do Plano SP, a progressão de uma região à fase verde permite que estabelecimentos e serviços comerciais no geral (como comércio de rua, shoppings, academias e prestadores de serviços) possam adotar regras de funcionamento com menos restrições de horário.

Esses estabelecimentos podem, a partir de amanhã (10), funcionar por um período de 12 horas, com uma ocupação máxima de 60% da capacidade. Os protocolos de distanciamento, uso de máscara e disponibilidade de álcool em gel continuam os mesmos.

Restaurantes, bares, lanchonetes e estabelecimentos similares seguem as mesmas regras, mas deverão interromper o atendimento e serviço às 22h. A permanência de clientes no local é permitida até as 23h. Vale dizer que essas mudanças passam a valer para regiões na fase amarela também.

A fase verde permite também a reabertura e a retomada dos setores culturais, como teatros, cinemas, museus, eventos sociais ou de negócios e convenções.

“São boas notícias que nos permitem de forma segura dar um passo atrás do outro para permitir a flexibilização para os milhões de brasileiros em São Paulo”, disse o governador João Doria (PSDB), durante coletiva de imprensa.

Bruno Covas (PSDB), prefeito da cidade de São Paulo, lembrou que, pelas regras da capital, os eventos se limitam a 600 pessoas, independentemente das dimensões do local.

“Nós temos não apenas as alterações nos horários e nas limitações em relação às atividades que já estão liberadas, mas também o retorno das atividades do setor cultural. Dentro dos protocolos e restrições já assinados, o setor volta a funcionar a partir de amanhã [sábado, 10]”, disse o prefeito.

Para que o setor cultural volte a funcionar, o estabelecimento ou a organização do evento deve se adequar às regras do Plano SP para o funcionamento desses serviços. Além das limitações de público, que são as mesmas dos estabelecimentos comerciais, a venda de ingressos e convites deve ser feita de forma antecipada e a recepção do público deve ser feita em horários pré-agendados, com limitações de pessoas.

Além disso, o controle de temperatura também é obrigatório, sendo proibida a entrada de qualquer pessoa que apresente temperatura febril.

A retomada do setor não vale para todos os serviços. Qualquer evento que gere aglomeração continua proibido. Logo, festas, baladas, jogos com torcidas e grandes shows com público não estão autorizados, mesmo na fase verde.

Jean Gorinchteyn, secretário estadual de saúde, lembrou que, embora a entrada na fase verde represente um avanço na situação endêmica do estado, a quarentena continua e algumas restrições devem continuar por algum tempo.

“Esses resultados reforçam o controle da pandemia no estado e só foram possíveis graças à população, que atendeu os pedidos de ficar em casa, mas ainda não estamos no nosso normal”, destacou Gorinchteyn.

O secretário também compartilhou que o Estado chegou à marca de 5 milhões de testes realizados. Segundo ele, ao analisarmos o número de testes por 100 mil habitantes, o Estado de Sã Paulo testes cerca de quatro vezes mais que os EUA e o Reino Unido.

“Estamos testando mais e os números vêm caindo. Porém, é preciso reforçar: se protejam, ainda estamos em quarentena”, disse.

Governo altera critérios do Plano SP e facilita avanço à fase verde

O governo do estado também anunciou duas mudanças na análise dos critérios do Plano SP. As alterações metodológicas foram avaliadas pelo Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo e publicadas no Diário Oficial nesta sexta-feira.

Com as alterações, a variação de óbitos e internações passou a ser considerada no período de 28 dias e o indicador por 100 mil habitantes passou a levar em conta os números registrados nos últimos 14 dias.

Antes, eram comparados os últimos sete dias, com os sete anteriores, então a queda nas mortes, nos casos e na taxa de internação era menor do que na comparação com um período mais distante, quando o contágio era maior. Se os critérios válidos até semana passada tivessem sido mantidos, as regiões não teriam índices para avançar à fase verde.

Outra mudança é sobre a divisão da região Metropolitana de São Paulo, que era separada em seis sub-regiões de saúde e agora volta a ser classificada como uma única área de controle da pandemia, por conta da redução das taxas de ocupação hospitalar.

“Existe uma distorção na cidade de São Paulo que precisa ser corrigida. Como a cidade concentra o maior número de pacientes graves e, consequentemente, mais óbitos, isso joga a estatística lá pra baixo”, explica José Medina, coordenador do Centro de Contingência do Estado.

Covas destacou que a cidade de São Paulo não vai hesitar em retroceder alguma fase no Plano SP caso os números voltem a subir na região.

“Até agora isso não aconteceu, mas devo dizer que, caso necessário, iremos retroceder”, alertou o prefeito.

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