Futuro do suprimento de gás é chave para interessados em térmicas da Petrobras

A Petrobras tem um plano de desinvestimentos de até US$ 13,7 bilhões em 2015 e 2016, no qual 40% devem ser obtidos pela área de Gás & Energia

Reuters

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SÃO PAULO – Existem investidores no Brasil e exterior interessados em adquirir as termelétricas que deverão ser oferecidas dentro do plano de desinvestimentos da Petrobras (PETR3;PETR4), mas as empresas estão preocupadas com o futuro suprimento de gás para essas usinas, parte das quais hoje dependem de importações da Bolívia e contratos a preços abaixo de mercado com a petroleira.

“Para vender qualquer térmica para o mercado, a previsibilidade do que acontecerá com o suprimento de gás é fundamental. Ninguém vai colocar alguns milhões nessas usinas sem ter uma boa ideia do que vai acontecer nos próximos anos”, disse o diretor da Comgás, Carlos Eduardo Brescia, durante evento em São Paulo.

A Petrobras tem um plano de desinvestimentos de até 13,7 bilhões de dólares em 2015 e 2016, no qual 40 por cento devem ser obtidos pela área de Gás & Energia.

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Brescia ainda manifestou dúvidas sobre o fornecimento de gás ao Brasil pela Bolívia, cujo contrato se encerra em 2019.

Contratos do Programa de Priorização de Termelétricas (PPT), da Petrobras, fechados no contexto da crise de energia de 2001 para viabilizar termelétricas e ampliar a oferta, também são dúvidas.

“Esses contratos não têm preços (no patamar dos) praticados no mercado e tampouco têm a lógica (adotada nos contratos) das novas térmicas que estão sendo licitadas em leilões”, disse o diretor da consultoria Gas Energy, Ricardo Pinto.

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Eventuais negócios eventualmente teriam que garantir o fornecimento a preços razoáveis.

“Não está claro se a Petrobras continuaria atendendo (as usinas), por quanto tempo, e por que preço”, afirmou Pinto.

Segundo ele, o interessado em um ativo desse tipo, em contexto em que o país precisa de geração térmica, poderia estar disposto a buscar uma alternativa, como o GNL no exterior.

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“Mas isso vai depender dos preços do ativo e dos custos de logística para ver se será um bom negócio.”