Fundo de private equity da XP investe R$ 200 milhões em plataforma de reprodução assistida

Comandada por Chu Kong, gestora faz seu primeiro investimento apenas um mês após sua captação de R$ 1,7 bilhão

Mariana Amaro

Chu Kong, sócio e gestor dos fundos de private equity da XP Asset, em painel durante a Expert XP 2022 (Foto: Divulgação)

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O segundo fundo de private equity da XP pra investidor de varejo de alta renda já encontrou uma tese poderosa: a consolidação de clínicas de reprodução assistida. Apenas um mês após a captação de R$ 1,7 bilhão com mais de 16 mil cotistas, o FIP XP Private Equity II, da XP Asset, anunciou seu primeiro investimento.

Sob o comando de Chu Kong, o fundo anunciou a criação de uma holding que atuará como uma consolidadora de clínicas, com participação societária em cinco unidades de saúde de reprodução assistida, com presença em três regiões e cinco estados no país.

O cheque de R$ 200 milhões será usado para aquisição de participação em outras clínicas e para uma estratégia de aceleração do crescimento orgânico, com investimento em marketing, soluções de financiamento e abertura de novas unidades.

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“O setor de reprodução assistida no Brasil, apesar de já ser representativo e contar com a realização de aproximadamente 50 mil ciclos anuais, movimentando aproximadamente R$ 2 bilhões ao ano, ainda é pouco conhecido pela população. Este é um segmento em forte crescimento, dadas as atuais tendências sociais e demográficas, como a maior representatividade feminina no mercado de trabalho, a gravidez tardia e novas composições familiares”, explicou Chu Kong, head do fundo de private equity da XP Asset.

A plataforma inicial é formada pelas clínicas: Fertility, em São Paulo, Vida, no Rio de Janeiro, Geare, em Pernambuco e Paraíba, Primordia, no Rio de Janeiro e Verhum, no Distrito Federal. “Com a união das cinco clínicas iniciais, acreditamos que a plataforma já se tornará líder do setor em número de ciclos e enxergamos espaço para diversas outras aquisições estratégicas, expandindo cada vez mais o acesso à reprodução assistida no país”, completou Chu Kong.

Setor em expansão

De acordo com Maria Cecília Erthal, sócia-fundadora da cínica Vida e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, uma a cada seis pessoas têm dificuldade para engravidar. “Nosso objetivo principal é ajudar a todos no tratamento e na prevenção dessas questões, para melhorar a qualidade de vida dessas famílias, e ainda vemos muito espaço para evoluir nesta frente no Brasil. Para ilustrar, o Brasil realiza aproximadamente um ciclo a cada 4,6 mil habitantes, enquanto nos EUA este número é de aproximadamente um ciclo a cada 1,2 mil habitantes, ou seja, cerca de quatro vezes mais”.

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Para Isaac Moise Yadid, sócio-fundador da Primordia e um dos médicos do grupo que realizou o 1º processo de reprodução assistida do Brasil, a preocupação com a qualidade dos serviços médicos está na base da formação da holding. “Acima de tudo, nos preocupamos com a qualidade dos serviços médicos das clínicas da nossa plataforma, motivo pelo qual nos dá muito conforto nos unir a esse grupo de clínicas que prezam pela excelência e sobretudo alto nível científico. Todos os nossos sócios possuem entre 20 e 40 anos de experiência em reprodução assistida”, acrescentou.

Chu Kong completa afirmando que “está no “DNA da XP” democratizar todos os mercados nos quais atua, incluindo agora o acesso à reprodução assistida para a grande parcela da população que não tem acesso aos tratamentos, seja por motivos de desconhecimento ou pelo alto custo financeiro”. Ainda de acordo com ele, “faz parte dos planos estruturar alguma solução de financiamento para viabilizar o acesso aos procedimentos”.

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.