Funcionários da Starbucks fazem greve em mais de 100 lojas nos EUA

Movimento conta com quase 2 mil pessoas que reivindicam melhores condições de trabalho; movimento acontece em dia emblemático para a empresa

Wesley Santana

Funcionários do Starbucks em frente à unidade nos Estados Unidos. Foto: Divulgação/Workers United

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Centenas de lojas da Starbucks nos Estados Unidos tiveram suas operações impactadas em razão de uma greve dos funcionários. De acordo com o sindicato que representa a categoria, o movimento conta com quase 2 mil pessoas que reivindicam melhores salários, benefícios e condições de trabalho.

A paralisação dos funcionários se dá em uma data muito importante para a Starbucks, a chamada “Red Cup Day”. No calendário anual, esse é o dia em que a cafeteria distribui copos vermelhos para marcar o período festivo do final de ano, considerado um dos mais lucrativos da empresa.

A greve nacional dos trabalhadores acontece na frente das unidades, onde os próprios baristas organizam barreiras. “Estamos nos organizando para ter uma voz no trabalho e um verdadeiro assento à mesa”, disse Michelle Eisen, funcionária de uma loja em Nova York, ao The Wall Street Journal.

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Um porta-voz da gigante dos cafés afirmou que a empresa já esperava um movimento por parte dos funcionários de um grupo de lojas, e que respeita o posicionamento dos trabalhadores.

Segundo mapa da Starbucks Workers United (União dos Trabalhadores da Starbucks, em português), nesta sexta (18), 114 pontos registram paralisações. A greve se concentra nos estados do leste norte-americano, mas há outros diversos pontos no oeste e sul do país.

Busca por sindicatos aumenta

A Starbucks tem visto uma sindicalização em velocidade acelerada dos funcionários, que querem negociar acordos coletivos pela primeira vez. Estima-se que ao menos 300 unidades em mais da metade dos estados americanos já tenham conduzido eleições para formar um corpo sindical.

Embora este seja um percentual baixo em vista do tamanho da rede ao redor dos EUA -são 9 mil lojas no país-, esse número se mostra como um problema para a rede de cafeterias porque, em novembro do ano passado, nenhuma unidade registrava funcionários sindicalizados.

Neste contexto, a Starbucks montou uma verdadeira estrutura de guerra contra os sindicados. Há relatos de comunicados internos que divulgam mensagens antissindicais, aumento de benefícios para lojas que não façam a adesão sindical e até demissão de trabalhadores que sejam identificados como líderes sindicais.

O Conselho Nacional de Relações Trabalhistas (NLRB, na sigla em inglês) tem investigado mais de 325 acoes de causas trabalhistas apresentadas pelas sindicatos. Desse total, o órgão jurídico já teria emitido 35 reclamações formais contra a cafeteria por coação, ameaças e demissões de por atividades sindicais.

Em resposta, a Starbucks nega as acusações e diz que respeite o direito constitucional de manifestação. “Respeitamos o direito de nossos parceiros de se organizar, mas acreditamos que o melhor futuro é criado diretamente com parceiros e não com terceiros”, frisou o porta-voz da empresa Reggie Borges em um comunicado.