Fortuna de CZ, CEO da Binance, despenca 84% com “inverno” das criptomoedas

Dono da maior corretora de cripto do mundo foi o que mais perdeu patrimônio entre os 200 primeiros nomes da lista da Forbes

Paulo Barros

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A fortuna do sino-canadense Changpeng “CZ” Zhao, fundador e CEO da corretora de criptomoedas Binance, encolheu cerca de 84% em um ano, segundo dados levantados pela revista Forbes. De US$ 65 bilhões em 2022, o patrimônio de CZ caiu para US$ 10,5 bilhões, deixando o empresário de 45 anos na posição 167 do ranking.

Entre os 200 primeiros nomes da lista, ninguém viu a fortuna diminuir tanto quanto Zhao em 2022. No ano passado, marcado por fortes perdas em valor acionário de muitas empresas controladas por bilionários, Elon Musk ficou 18% menos rico (de US$ 219 bi para US$ 180 bi) e Jeff Bezos perdeu 33% de sua fortuna.

O destaque negativo para CZ não chega a ser surpresa. O executivo diz publicamente ter capital totalmente alocado em criptomoedas, classe de ativos que despencou de preço no ano que passou. Só o Bitcoin (BTC), o menos volátil do setor, caiu 50% no período, enquanto o token da Binance, o BNB, recuou outros 52%.

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A situação de CZ, no entanto, é amena perto de um ex-colega do meio cripto: Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, saiu da lista da Forbes este ano após seu patrimônio evaporar de cerca de US$ 24 bilhões para estimados US$ 10 milhões.

Em 2023, as moedas digitais estão em franca recuperação, mas a Binance e seu fundador estão na mira de reguladores. Em março, a CFTC, agência que supervisiona o mercado de derivativos nos EUA, acusou a empresa de oferta irregular a residentes no país, além de ser conivente com práticas criminosas na plataforma.

Nascido em Jiangsu, no Leste da China, Changpeng Zhao emigrou com sua mãe e irmã para Vancouver, no Canadá, na adolescência e estudou ciência da computação na Universidade McGill, em Montreal. Depois da graduação, ele foi para o Japão para trabalhar com desenvolvimento de softwares de trading na Bolsa de Valores de Tóquio.

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Mais tarde, trabalhou na Bloomberg Tradebook, gerenciando uma equipe responsável pela plataforma de negociações de futuro do negócio. No final de 2005, deixou a empresa, decidiu seguir “carreira solo” e fundou a Fusion Systems, companhia que desenvolvia sistemas para brokers.

Pouco depois, ele descobriu o Bitcoin (BTC) e fez uma jogada arriscada: deixou a empresa que fundou, vendeu seu apartamento e colocou o dinheiro do imóvel na moeda digital. Após passar por algumas companhias do setor ainda nascente, fundou, em 2017, a Binance, atualmente a maior corretora de criptomoedas do mundo.

Paulo Barros

Editor de Investimentos