EUA estudam banir o TikTok temendo vigilância chinesa, afirma Mike Pompeo

Em entrevista à Fox News, o Secretário de Estados dos EUA teme que dados pessoais de americanos possam parar "nas mãos do Partido Comunista Chinês"

Allan Gavioli

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SÃO PAULO –  Na última segunda-feira (06), Mike Pompeo, Secretário de Estado dos Estados Unidos, disse em entrevista à Fox News que os EUA estão considerando proibir o TikTok no país devido a preocupações com a vigilância chinesa por meio do aplicativo.

Pompeo ainda alertou que os americanos deveriam ter receio de baixar o popular aplicativo de vídeos, a menos que desejem seus dados privados “nas mãos do Partido Comunista Chinês”.

“Estamos levando isso muito a sério e certamente estamos analisando”, afirmou Pompeo. “Nós trabalhamos nessa questão há muito tempo, seja o problema de ter a tecnologia Huawei em sua infraestrutura – percorremos o mundo inteiro e estamos fazendo um progresso real para divulgá-la – declaramos a ZTE [empresa de tecnologia chinesa] um perigo para Segurança nacional americana “, disse o Secretário à apresentadora da Fox News, Laura Ingraham.

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“Com relação aos aplicativos chineses nos celulares das pessoas, posso garantir que também estão na mira dos Estados Unidos”, disse ele, em relação ao aplicativo chinês de vídeos virais.

Um porta-voz do TikTok disse ao portal americano de notícias Business Insider que “nunca forneceu dados de usuários ao governo chinês e a empresa não o faria se solicitado”.

“O TikTok é liderado por um CEO americano, com centenas de funcionários e principais líderes em segurança, proteção, produtos e políticas públicas aqui nos EUA”, disse o porta-voz. “Não temos prioridade maior do que promover uma experiência segura e confiável aos nossos usuários”.

A ideia de proibir a operação e o uso do aplicativo chinês nacionalmente, porém, não é uma ideia exclusiva dos EUA. Na semana passada, a Índia proibiu o TikTok, juntamente com dezenas de outros aplicativos chineses, citando preocupações sobre a segurança nacional e a privacidade dos dados do usuário.

Em comunicado, o Ministério de Eletrônica e Tecnologia da Informação da Índia disse que os aplicativos proibidos “estão envolvidos em atividades que prejudicam a soberania e a integridade da Índia, defesa da Índia, segurança do estado e ordem pública”. Vale dizer que, nas últimas semanas, os dois gigantes asiáticos tiveram momentos de tensão com a escalada de um conflito na fronteira entre as duas nações.

O TikTok

Especialmente com o avanço da pandemia pelo mundo, o aplicativo chinês TikTok tornou-se viral em grande parte do planeta, com milhares de jovens aderindo à nova rede social de vídeos curtos.

Fica claro que seu alcance mundial aumentou na quarentena. Segundo dados da SensorTower, empresa de análise de dados de aplicativos, só em abril, foram 107 milhões de downloads, – um número três vezes maior do que o registrado no mesmo mês de 2019. Ainda segunda a empresa de análise, o app já ultrapassou 1,5 bilhão de usuários em todo planeta.

O TikTok pertence à empresa chinesa ByteDance. A ByteDance tem estado sob vigilância americana nos últimos meses devido a relatos de que teria ligações com o Partido Comunista Chinês e alegações de censura em sua plataforma. No início deste ano, várias agências do governo dos EUA proibiram o TikTok por preocupações com a segurança cibernética.

No ano passado, o aplicativo emitiu um pedido de desculpas público depois de ser acusado de censurar vídeos que denunciavam abusos de direitos humanos na China. Ex-funcionários alegaram que o TikTok restringe o conteúdo que trata de “tópicos sociais e políticos” sensíveis.

O TikTok diz que, apesar de sua empresa controladora ser chinesa, ele é uma companhia internacional que opera independentemente do governo chinês e possui total autonomia.

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.