EUA consideram liberar entrada de estrangeiros que estiveram no Brasil e em 27 outros países europeus, diz Reuters

Atualmente, restrições impedem a entrada de residentes não americanos que estiveram nesses países nos 14 dias anteriores

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Os EUA estão considerando rescindir proibições de entrada para a maioria dos viajantes estrangeiros que estiveram recentemente no Brasil, na Grã-Bretanha, na Irlanda e em outros 26 países europeus pertencentes ao Espaço Schengen, convenção entre países da região sobre abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas. A informação veio de cinco autoridades americanas e de companhias aéreas consultadas pela agência de notícias Reuters.

A administração Trump impôs as proibições em uma tentativa de conter a nova pandemia de coronavírus, que já vitimou mais de 259 mil americanos desde o começo do ano. Ainda segundo a Reuters, embora haja esse relaxamento na entrada de visitantes ao país, os EUA ainda não estão considerando suspender as proibições de entrada para cidadãos não americanos que estiveram recentemente na China ou no Irã.

Procurados pela Reuters, a Casa Branca, o Departamento de Segurança Interna e os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) não quiseram comentar sobre o assunto.

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Ainda de acordo com a agência de notícias, muitos funcionários do governo argumentam que as restrições “não fazem mais sentido”, uma vez que a maioria dos países ao redor do mundo já derrubaram suas leis de proibição de entrada de turistas.

Eles afirmam que o relaxamento das restrições seria um incentivo para as companhias aéreas americanas, que precisam de cada vez mais dinheiro e financiamentos para conseguirem manter suas operações.

Entretanto, Trump ainda pode optar por não suspender as restrições, considerando a recente alta de infecções por coronavírus na Europa. Outro obstáculo potencial para a queda das restrições é o fato de que grande parte dos países europeus provavelmente não permitirão imediatamente a entrada de americanos em seus países, pensando no estágio da pandemia no país.

Restrições dos Estados Unidos

O governo Trump implementou a primeira proibição dos visitantes vindos da China em 31 de janeiro e, em seguida, acrescentou o Irã em fevereiro. As restrições dos EUA que impedem a entrada da maioria dos visitantes da Europa estão em vigor desde meados de março, enquanto a proibição de viajantes vindo do Brasil foi imposta em maio.

As restrições impedem a entrada de residentes não americanos que estiveram nesses países nos 14 dias anteriores, mas o Departamento de Estado dos EUA tem concedido algumas “exceções de interesse nacional” para permitir que viajantes da Europa relacionados a “viagens humanitárias, resposta à saúde pública e segurança nacional” possam entrar no país.

Os Estados Unidos também aprovaram exceções para alguns viajantes de negócios, investidores, acadêmicos, estudantes e jornalistas europeus.

Quase toda a Europa ainda proíbe a maioria dos viajantes dos EUA de visitar o continente. Grã-Bretanha e a Irlanda ainda permitem visitas de americanos ou turistas que passaram pelos EUA, mas exigem quarentena de duas semanas na chegada. O Brasil permite viajantes dos EUA e não exige quarentena para os recém-chegados ao país.

No último sábado (21), o CDC emitiu novas recomendações de viagens e testes para viajantes internacionais, recomendando que “fizessem o teste viral de um a três dias antes do voo para reduzir a propagação durante a viagem”. “Os viajantes devem fazer o teste entre três e cinco dias dias após a viagem e ficar de quarentena por cerca de uma semana” após chegar ao destino.

Aéreas pressionam para abertura de fronteiras

Por meio de um comunicado oficial, a Airlines for America, grupo que representa as maiores companhias aéreas dos EUA, como American Airlines, Delta Air Lines e United Airlines, afirmou que “tem defendido que o governo federal estabeleça um padrão nacional de testes para para eliminar as restrições de viagens.”

Em comunicado à Reuters, o grupo chamou a orientação do CDC de “um passo na direção certa”, acrescentando que esperava que fosse “seguido por um reconhecimento de que os testes podem ser usados para reabrir fronteiras com segurança sem quarentenas”. Algumas companhias aéreas e autoridades acreditam que uma maior testagem pode ser a chave para retomar amplamente as viagens internacionais.

Questionado pela Reuters sobre as perspectivas de suspensão das restrições de viagens, um porta-voz do Departamento de Transporte dos EUA disse que “o departamento está pronto para apoiar a retomada segura de voos internacionais saindo dos EUA e indo para os EUA”.

“As conversas estão em andamento entre o governo federal, parceiros internacionais e partes interessadas da indústria sobre esses assuntos”, completou o porta-voz.

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