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PARIS – A Embraer (EMBR3) lançou a segunda geração de seus aviões comerciais E-Jets e divulgou encomendas potenciais de centenas de jatos estimadas em 18 bilhões de dólares, entrando num segmento que a rival canadense Bombardier está apostando com suas aeronaves CSeries.
A fabricante brasileira investirá cerca de 1,7 bilhão de dólares nos próximos oito anos para atualizar sua família de aviões, com aviônica avançada e motores mais eficientes da Pratt & Whitney. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, no primeiro dia da Paris Air Show, maior feira mundial de aviação.
“Nossa estratégia é oferecer todas as vantagens de um avião totalmente novo, mas com a confiabilidade de uma plataforma madura e a comunalidade com a atual geração de E-Jets”, disse o presidente da Embraer Aviação Comercial, Paulo Cesar Silva.
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A ação da Embraer exibia forte alta na bolsa paulista, com valorização de quase 6 por cento às 14h47, a 19,85 reais. O papel era a maior alta do Ibovespa, que tinha ganho de 1,06 por cento.
Ao lançar os novos produtos, a Embraer divulgou pedidos por até 365 dos novos aviões.
A companhia aérea norte-americana SkyWest será a cliente-lançadora do E175-E2, com pedido firme por 100 aeronaves e direitos de compra por outros 100 aviões. Se todas as encomendas forem confirmadas, o valor do negócio é de 9,36 bilhões de dólares, a preços de tabela. A SkyWest já tinha acertado a compra de até 200 unidades do atual E-175, em maio.
Ainda na Paris Air Show, a Embraer disse que a empresa de leasing ILFC assinou uma carta de intenções para comprar 25 jatos E-190-E2 e 25 aviões E-195-E2, com opções para mais 50 unidades.
Além disso, a fabricante revelou acordos preliminares envolvendo 65 aeronaves da segunda geração de E-Jets com cinco companhias aéreas não divulgadas da África, Ásia, Europa e América Latina. Segundo o presidente da Embraer Aviação Comercial, os contratos serão finalizados nos próximos meses.
“Esperamos receber mais pedidos para a nova geração tanto de companhias aéreas quando de empresas de leasing”, afirmou Silva.
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Embora não tenha apresentado os preços de tabela dos novos produtos, a Embraer informou que eles serão cerca de 15 por cento acima dos modelos em produção agora. Assim, pelos cálculos da Reuters, o valor total dos acordos, se confirmados, atingiria 18 bilhões de dólares.
AVIÕES MAIORES
A Embraer planeja acrescentar três fileiras de assentos ao seu maior jato, o E-195, e uma fileira ao modelo E-175. A nova geração dos E-Jets não incluirá o menor avião da família atual, o E-170.
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O campeão de vendas E-190 será o primeiro a ser atualizado. Ele terá o mesmo tamanho da versão disponível hoje, com capacidade para até 106 passageiros.
Pelo cronograma da Embraer, o E190-E2 entrará em serviço no primeiro semestre de 2018, com o E-195-E2 iniciando voos comerciais em 2019 e o E-175-E2 em 2020.
A economia de combustível com os novos jatos será de 16 a 23 por cento frente aos atuais.
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O motor mais eficiente poderá ajudar a Embraer a manter sua liderança recente conquistada no mercado de aviões de 70 a 120 assentos, além de colocar pressão adicional sobre a Bombardier. Com o novo E-195 de 132 lugares, a fabricante brasileira rivalizará mais diretamente com o novo CSeries da empresa canadense.
A Embraer estima uma demanda de 6.400 aeronaves de até 130 passageiros no mundo nos próximos 20 anos.
Atualmente, 65 clientes de 47 países operam os E-Jets em suas frotas. Mais de 950 aeronaves dessa família de produtos já foram entregues pela Embraer.