Em pouco mais de uma semana, ações da HRT perderam R$ 185 em valor

Petrolífera enfrenta desconfiança por parte do mercado em relação às operações na Namíbia, ações recuaram 38% no período

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SÃO PAULO – As ações da HRT Petróleo (HRTP3) registraram queda de aproximadamente R$ 185 em pouco mais de uma semana, passando de R$ 486 para R$ 300 – desvalorização de 38,14%. Um dia antes da sua teleconferência para atualizar a execução do plano de negócios, a empresa se vê pressionada pelo mercado por conta de suas operações na Namíbia – uma de suas principais bases de operações. Assim, apenas nesta terça-feira (22), a queda foi de 15,62%.

Isso ocorre após a Chariot Oil & Gas, uma companhia britânico de exploração de petróleo, ter anunciado a desistência de um poço no país africano, alegando não ter encontrado petróleo em condições suficientes para a exploração comercial. A Chariot, porém, não desistiu de encontrar petróleo na Namíbia, lembrando que o conhecimento sobre a bacia ainda é limitado.

Além disso, a empresa britânica destacou que as condições geológicas são parecidas com a Bacia de Santos, onde o pré-sal foi descoberto poucos anos atrás. Na bolsa londrina, onde é listada, os papéis da companhia recuaram de £ 149,25 para £ 80 – uma queda de 46,40%. Estas condições são similares as da HRT na Namíbia, e a empresa pode estar sofrendo com isso.

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Bacia de Solimões também pesou
A expectativa é que a situação da Namíbia seja esclarecida na teleconferência, assim como a conclusão do teste na Bacia de Solimões, cujo resultado foi divulgado na segunda-feira (21). “O comunicado foi dúbio, não deu para entender se a quantidade de petróleo do teste foi em quantidade não-comercial ou se é o poço que não tem petróleo suficiente para isso” disse à InfoMoney um analista, que preferiu não ser identificado.

De acordo com ele, o petróleo é de boa qualidade, e muito provavelmente o comunicado não pretendia declarar a não-comercialidade do poço.

Soma-se à isso também o sentimento de aversão ao risco instaurado no mercado, o que acaba provocando uma forte fuga dos investidores de ativos considerados de maior risco, como é o caso da HRT – uma empresa ainda em estágio pré-operacional. No mesmo período em que os papéis HRTP3 despencaram mais de 38%, o Ibovespa, principal benchmark da bolsa brasileira, recuou 7,41%.

Há algum tempo, as ações da petrolífera não animam os investidores. Após abrir o capital em 2010, as ações avançaram 84,23% frente ao preço de sua primeira abertura, aos R$ 1.205, atingindo os R$ 2.220. Desde então, os papéis vêm em queda livre, no fechamento desta terça, a queda acumulada já era de 75,1% frente à primeira abertura e de 86,49% frente a máxima histórica.