Em decisão estratégica, presidente de empresa renuncia uma semana após sair de recuperação judicial

Presidência da companhia passará a ser ocupada por sua irmã e diretora de Relação com Investidores, Ana Carolina Paifer

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Na última quarta-feira (7), a Atompar (ATOM3) anunciou que, após mais de um ano de luta, conseguiu sair da recuperação judicial. Porém, menos de uma semana após a tão esperada notícia, o presidente da companhia, Joaquim Paifer, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (12).

Segundo comunicado ao mercado, por conta exatamente da saída da recuperação judicial – e buscando entrar no novo mercado -, foi apresentada uma proposta de novas diretrizes para a companhia em que os cargos de Diretor Presidente e Presidente do Conselho de Administração sejam ocupados por pessoas diferentes, atualmente cargos ocupados por Joaquim Paifer.

Por isso, ele decidiu renunciar à presidência da empresa, que passará a ser ocupada por sua irmã e diretora de Relação com Investidores, Ana Carolina Paifer. Joaquim, com isso, passará a ser apenas presidente do conselho de administração da Atom.

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“E agora eu fico apenas com a presidência do conselho, onde cuidarei dos assuntos estratégicos da companhia e poderei me dedicar muito mais à área de trading”, disse Joaquim em carta aos investidores. “Isso também abre um importante caminho para a companhia que pensa em melhorar seu nível de governança corporativa”, explica.

“Nos últimos meses tivemos diversas iniciativas para estudar as medidas necessárias para caminharmos para o novo mercado. Os estudos ainda são preliminares, mas a minha saída da presidência e o fato de só ter ações ‘ON’ emitidas já são grandes passos, assim como outros que estamos explorando”, conclui Joaquim.

A Atom, uma proprietária trading firm ou “prop trading”, chegou ao mercado por meio da compra de 69,24% da antiga Inepar Telecomunicações, que estava em recuperação judicial. Após mais de um ano brigando para deixar essa situação “herdada” da antiga empresa, a companhia conseguiu na semana passada, por decisão da justiça, sair da recuperação judicial.

A equipe da Atom é formada por candidatos a trader que operam dentro dela mesma, respeitando os limites de gerenciamento de risco propostos por ela. Com isso, os melhores colocados vão ganhando cada vez mais limites para operar, assim como os que performarem mal vão perdendo espaço da mesa.

Estes traders não possuem nenhum vínculo empregatício com a companhia, sendo que parte da receita da empresa vem do próprio treinamento destas pessoas, que precisam assinar algum tipo de plano para iniciarem suas operações. São 5 tipos de planos, que alteram os limites de operações e valores que podem ser negociados ou perdidos pelos traders.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.