“China continuará sendo nosso principal mercado”, diz CFO da Minerva

O país asiático corresponde hoje por cerca de 40% a 45% das exportações de carne bovina

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Passado o fechamento do mercado chinês por conta do coronavírus, as exportações para o país já se normalizaram e devem continuar crescendo. Essa é a previsão de Edison Ticle, diretor financeiro da Minerva Foods (BEEF3).

“Na China, a demanda está se expandindo. Ao mesmo tempo, há uma redução de oferta de carne bovina dos principais players do mundo. A América do Sul e a Minerva têm uma posição privilegiada para ocupar esse mercado”, afirmou Ticle em uma live realizada pelo InfoMoney nesta quinta-feira (30). Assista a entrevista completa no player acima ou clique aqui.

O país asiático corresponde hoje por cerca de 40% a 45% das exportações de carne bovina do Brasil. Ticle estima que, caso o país tenha mais plantas aprovadas para exportar para a China, esse percentual possa chegar a 70% — patamar observado hoje nas exportações argentinas.

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A China ainda sofre com a peste suína que, em 2019, fez com que os produtores locais tivessem que reduzir em 50% seus rebanhos suínos. O principal substituto da carne suína é a proteína bovina.

Na parte da oferta, a Austrália — grande exportador para o país asiático — tem sofrido com problemas climáticos. Outros mercados exportadores como Índia e Estados Unidos também operam com volume reduzido.

Mesmo com coronavírus, Minerva deve crescer

No mercado doméstico, as perspectivas não são tão favoráveis. Restaurantes e bares fechados diminuíram as vendas da Minerva na parte do food service. Além disso, Ticle afirma que o brasileiro já tem optado por cortes mais baratos na hora da compra — em um indício da piora econômica e redução de renda que ainda deve assolar o país.

Mesmo com o cenário interno desafiador, o executivo afirma que a empresa deve crescer e finalizar 2020 com alta tanto em sua margem Ebitda, quanto em receita e lucro líquido.

“Antes da pandemia, a gente tinha uma visão de que o primeiro semestre, por uma questão sazonal, teria margens menores e o segundo semestre teria margens melhores. O primeiro trimestre, na parte operacional, veio um pouco melhor do que o nosso orçamento e segundo trimestre está melhor do que a gente esperava”, explica.