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A Economia Circular como Estratégia de Negócios é o tema central deste especial realizado pelo InfoMoney em parceria com a JBS e que conta com a presença de especialistas do mercado financeiro e da maior empresa de alimentos do mundo.
O analista de investimento André Moraes conduz um debate com a participação de Betina Roxo, analista de investimentos e sócia da XP Inc., Cláudia Yamana, diretora da Genu-in, e Susana Martins Carvalho, diretora da Campo Forte Fertilizantes, negócios atrelados à economia circular que foram lançados este ano pela JBS.
A economia circular é um modelo fundamental para endereçar as principais questões ligadas ao desafio global das mudanças climáticas, uma vez que prevê a reutilização de resíduos das operações para a fabricação de novas matérias-primas e novos produtos.
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“Antigamente, muito se pensava na economia linear, que era produção e descarte do produto, sem pensar nos impactos disso ao longo do tempo. Mas a crescente preocupação com o meio ambiente e com a sustentabilidade trouxe um protagonismo para a economia circular, que pensa na continuidade do processo, e não no descarte. Agora, o foco é você pensar como você utiliza, recicla e, reusa, ou seja, como continuar essa economia”, ressalta Betina Roxo.
Para se ter uma ideia, são produzidas 89 milhões de toneladas de lixo por ano no Brasil, e a taxa de reaproveitamento é de apenas 4% deste total. Um dado global da ONU (Organização das Nações Unidas) aponta que o mundo precisa de 100 bilhões de toneladas de matéria-prima virgem para produzir por ano – e 46% deste total pode ser substituído por matéria de reuso.
“Há uma oportunidade e uma necessidade. Cada vez mais as empresas precisam se adequar, pensando no meio ambiente, mas também para atender os consumidores que estão mais exigentes e sinalizam um consumo mais consciente”, aponta a executiva da XP Inc.
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Além de tratar as questões de meio ambiente, as práticas de ESG são bem-vistas pelo mercado financeiro. Segundo Betina, as empresas ganham credibilidade quando focam nestes pilares, justamente por se precaverem de fatores de risco que a falta de governança e de responsabilidade social e ambiental pode levar.
“Ao fazer parte da pauta de ESG, o investidor entende que a empresa está pensando no longo prazo e que tem processos e governança, e que está comprometida com as regras e resultados não apenas nos curto e médio prazos”, afirma.
Estratégia de negócio baseada em sustentabilidade
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Maior empresa de alimentos do mundo, a JBS já adota a economia circular há décadas em suas operações. Na companhia, os resíduos são tratados, reciclados e transformados em novos produtos. O conceito de economia circular, portanto, não é apenas reciclagem, é uma economia regenerativa e restaurativa.
Susana Martins Carvalho, diretora da Campo Forte Fertilizantes, explica que a empresa atua de uma maneira sustentável desde sua origem até o varejo, em toda sua cadeia de valor. “A empresa faz investimentos para agregar valor aos resíduos há muitos anos. Desde o início da JBS, a economia circular faz parte da estratégia da empresa”, conta.
A executiva dá alguns exemplos que ajudam a compreender o nível de maturidade das iniciativas da JBS. A produção de fertilizantes organominerais fabricados com os resíduos oriundos das operações da companhia é uma delas. A operação está em curso na fábrica da empresa em Guaiçara (SP), inaugurada recentemente, com o objetivo de gerar um produto de valor altamente tecnológico e sustentável.
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Outro exemplo é a JBS Higiene e Limpeza, que produz 1 bilhão de sabonetes por ano feitos com resíduo e subproduto da cadeia animal. “Também há a JBS Biodiesel, que, através do sebo bovino, produz mais de 700 milhões de litros do combustível, o que a torna a maior produtora do segmento do Brasil, utilizando o sebo bovino”, explica Susana.
Ainda dentro do leque de iniciativas está uma das mais recentes, a Genu-in. A nova empresa, lançada em 2021, marca a entrada da JBS no mercado de saúde e nutracêuticos com a produção de peptídeos de colágeno e gelatina.
“A gente transforma o subproduto gerado dentro da cadeia, que é a pele bovina, em produtos de alto valor agregado. Desde a concepção do projeto, incorporamos conceitos de ESG, explorando o entorno onde a gente se encontra, como a luz natural, o reaproveitamento dos insumos, o reuso de água e a reciclagem de embalagens como exemplos”, explica Cláudia Yamana, diretora da Genu-in.
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A nova empresa fica em Presidente Epitácio (SP) e consumiu aporte de R$ 400 milhões. “Esse é um novo negócio global, que nasce no Brasil e está em fase inicial de operação. Nela, o ESG foi explorado desde o primeiro momento e reforça o compromisso da JBS com o assunto”, ressalta Cláudia.
Tendência mundial
Voltando a perspectiva da economia circular do ponto de visto do mercado financeiro, Betina Roxo, da XP, explica que há um melhor desempenho de empresas que atuam com foco em ESG no exterior.
“Na Europa, cerca de metade dos ativos estão empregados em empresas que prezam a gestão ESG. Nos Estados Unidos, o número é de 25% e no Japão, de 18%. Esses mercados maduros nos ajudam a compreender o movimento dos investidores, que prezam pela confiabilidade e responsabilidade dessas empresas.”
Para acompanhar o debate completo e entender mais sobre uma produção mais sustentável e que busca atender as exigências dos consumidores, investidores e do planeta, clique aqui.
