Doria anuncia ampliação da fábrica do Instituto Butantan para a produção da vacina chinesa contra a Covid-19

Segundo estimativas do governo, a reforma deve ser concluída até o final do próximo ano e a fábrica deve operar com plena capacidade em 2022

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O governo de São Paulo anunciou, nesta segunda-feira (14), que as obras de modernização e ampliação da fábrica do Instituto Butantan, que irá produzir a vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo instituto, em parceria com o laboratório chinês Sinovac, serão iniciadas no dia 1º de novembro.

De acordo com o governador João Doria (PSDB), o governo conseguiu arrecadar em doações com a iniciativa privada cerca de R$ 97 milhões. O montante representa 60% do custo total do projeto, de R$ 160 milhões.

“Fisicamente, essa fábrica já existe, mas ela será adaptada, ampliada, modernizada e equipada”, disse o governador durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

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A CoronaVac está na fase três de testes clínicos, que é a última etapa antes da aprovação da vacina. Os testes envolvem 9 mil profissionais de saúde, que se voluntariaram para receber as doses da vacina em 12 centros de pesquisa em seis estados.

Segundo estimativas do governo, a reforma deve ser concluída até o final do próximo ano e a fábrica deve operar com plena capacidade em 2022. Com a fábrica, a produção das vacinas deve aumentar significativamente para suprir a demanda nacional pelo medicamento.

“Nós temos a convicção de que, com a agilidade e a governança do setor privado, em parceria com o setor público, teremos condições de rapidamente terminar a construção dessa fábrica, que terá como função principal a produção da CoronaVac. É com essa fábrica que nós vamos finalizar o processo de transferência de tecnologia da Sinovac para o Butantan”, disse Wilson Mello, presidente da InvestSP.

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“A construção da fábrica é o último passo da transferência de tecnologia, ela deve estar pronta no final do próximo ano e operando em plena capacidade no início de 2022. É uma boa notícia, vai dotar o Butantan de uma fábrica moderna, dentro de toda a tecnologia mais avançada que existe neste momento, então as notícias são muito boas e estamos muito otimistas em relação a esses prazos anunciados”, explicou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

Em reportagem anterior, o InfoMoney explicou o que significa e como funciona um acordo de transferência de tecnologia entre laboratórios para a produção autônoma de uma vacina.

A expectativa do governo paulista é de que, caso os testes comprovem a eficiência da CoronaVac, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chancele a vacina até o início de dezembro. O Instituto Butantan receberá, até o final do ano, 45 milhões de doses da vacina da CoronaVac. Segundo o governador, as doses podem chegar a 100 milhões no começo de 2021.

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Epidemia enfraquece no estado

Outro dado divulgado durante a coletiva foi a redução consistente de todos os indicadores de evolução da pandemia no estado de São Paulo.

Segundo o governador, a média móvel diária de mortes provocadas pelo coronavírus está em queda pela quinta semana consecutiva e chega ao menor patamar desde o final de maio.

De acordo com os dados da secretaria estadual de saúde, a média móvel diária estadual de novas mortes por Covid-19 na última semana epidemiológica, entre 6 e 12 de setembro, ficou em 179 casos.

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O resultado mostra uma redução de 8,7% em relação a semana anterior, de 30 de agosto a 5 de setembro. A média atual de óbitos por coronavírus também é a menor verificada desde meados de maio.

Governo pede precaução

Apesar da ligeira melhora nos indicadores, Doria alertou para a necessidade de redobrar a precaução e evitar que as taxas de contágio do coronavírus voltem a subir.

“São números que voltam a comprovar a queda sólida dos indicadores de São Paulo, mas isso não significa relaxamento das medidas da quarentena”, ressaltou o governador. “Estamos em quarentena e devemos permanecer até a chegada da vacina que nos imunizará a todos e nos protegerá definitivamente”, concluiu.

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“Para que voltemos ao nosso normal, precisamos da vacina. Só assim poderemos viver como vivíamos”, comentou Jean Gorinchteyn, secretário de saúde do Estado.