Domo Invest faz aporte de R$ 3,5 milhões em proptech de aluguel por temporada

Seazone mantém parceiros em todas as cidades em que atua, em um formato parecido com o de motoristas por aplicativo

Wesley Santana

Tempo médio das reservas de imóveis para curta temporada é de 3 a 5 dias (Foto: Pixabay)

Publicidade

O fundo de capital de risco Domo Invest fez um aporte de R$ 3,5 milhões na Seazone, uma startup de aluguel por temporada. Com esse dinheiro, a empresa quer expandir seu portfólio de imóveis para locação e financiar a incorporação de novos empreendimentos pensado para turistas.

Fundada em 2018, a Seazone usa a tecnologia para fazer a gestão profissional de imóveis para locação e viabiliza a publicação de anúncios dentro de plataformas como o Airbnb. Em seu modelo de atuação, a proptech intermedia todas as fases da locação, da organização do calendário ao fornecimento de mão de obra para a manutenção dos espaços.

“Nós começamos com um serviço voltado aos hotéis, em Florianópolis, fazendo todo o gerenciamento digital dos anúncios. Com o passar do tempo, percebemos que o mercado de hotel era pequeno e decidimos expandir também para apartamentos residenciais”, lembra Fernando Pereira, CEO e fundador da proptech. “São duas verticais: operação do aluguel por temporada e desenvolvimento imobiliário”.

Continua depois da publicidade

A Seazone mantém parceiros em todas as cidades em que atua, em um formato parecido com o de motoristas por aplicativo, que, nesse caso, são remunerados para fazer a manutenção dos imóveis e a entrega das chaves para os hóspedes. Ao todo, a empresa estima que tenha sob sua gestão meio bilhão de reais em espaços.

Sócio-fundador e gestor da Domo Invest, Rodrigo Borges destaca que o fundo tem olhado para o segmento de proptech há algum tempo, especialmente o de aluguel de curta temporada, e via que faltava uma solução que diminuísse o desafio operacional dos locatários. A solução da Seazone, portanto, chamou atenção por se mostrar transparente, tanto para o proprietário, como para o locador.

“Nós vimos muitos casos parecidos com a Seazone, mas que precisavam comprar imóveis para escalar o negócio, o que demanda muito dinheiro. No caso da Seazone, avaliamos que esse modelo fechava a conta, pois era escalável e não queimava muito caixa para crescer”, comenta Borges. 

Novos projetos

A última edição do relatório do mercado de aluguel de curta temporada, publicado pela consultoria Gran View Research, mostrou que esse segmento movimentou quase US$ 100 bilhões em 2021, mesmo ainda com efeitos do Coronavírus. Até 2030, a expectativa é que esse número cresça 11% ao ano, impulsionado pela alta demanda por estadias e o aumento dos gastos com viagens e turismo. 

Por isso, além dos investimentos em tecnologia, o aporte milionário deve reforçar a estratégia da Seazone de ser incorporadora de imóveis feitos sob medida para curtas estádias. Embora o padrão de reservas gire entre 3 a 5 dias, depois da pandemia, a empresa percebeu um comportamento diferente de alguns consumidores, que querem passar até um mês e meio nos apartamentos locados.

Para este público, está em execução um projeto de incorporação imobiliária na praia de Jurerê, um dos pontos mais famosos de Santa Catarina. Previsto para ser inaugurado ainda no primeiro semestre deste ano, o prédio foi financiado por investidores individuais que esperam um retorno anual de 14% sobre o capital aportado.

“A Seazone usou dados para saber onde era o lugar ideal para que esse tipo de imóvel fosse construído. A empresa vai continuar operando todos os tipos de imóveis normalmente, mas estes desenvolvidos internamente podem ser considerados os principais”, explica Borges, da Domo.