Do VAR aos games, como a inovação está revolucionando um mercado bilionário

Fernando Young, CEO do Sport Summit, maior evento de esporte da América Latina, é o entrevistado de mais um episódio do Trilha da Inovação

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Fernando Young, CEO do Sport Summit, conversa com Ana Medici, em mais um Trilha da Inovação (Foto: Hugo Gomes)

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O mercado de Sport Techs tem crescido exponencialmente no Brasil e no mundo. De acordo com um relatório da Markets and Markets, espera-se que o mercado de tecnologia voltada para o esporte cresça a uma taxa média de 20,6% até 2024, atingindo um valor de cerca de US$ 31,1 bilhões, em comparação com os US$ 8,9 bilhões em 2018. Com o objetivo de impulsionar a inovação e a tecnologia no ecossistema esportivo, foi realizada a primeira edição do Sport Summit no Brasil, um evento multidisciplinar.

Fernando Young, CEO do evento, contou como teve a ideia de promover o Sport Summit na América Latina: “Quando a gente mora fora, a gente tem uma visão diferente do Brasil. Então, eu percebi que o brasileiro é apaixonado pelo esporte, ama o esporte e faltava uma coisa como um evento multidisciplinar no Brasil dessa característica”.

O evento reúne quatro grandes áreas do ecossistema do esporte: futebol, esportes olímpicos, esportes internacionais (como NFL e NBA) e games e tecnologia. O objetivo é promover um intercâmbio de experiência entre os diferentes esportes e trazer conhecimento para o mercado esportivo brasileiro.

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De acordo com Young, a inovação tecnológica tem sido uma grande transformação no setor esportivo, afetando até mesmo as regras dos jogos. Um exemplo disso é a tecnologia VAR (árbitro assistente de vídeo), que foi introduzida recentemente em diversos esportes, incluindo o futebol e o vôlei.

Além disso, a inovação também tem impactado o desenvolvimento dos atletas e sua performance: “Cada vez mais a gente vê aí até o desenvolvimento dos atletas, a performance dos atletas serem impactadas por conta dessa inovação, que acaba entrando de uma forma bem forte em toda a indústria esportiva. A indústria esportiva, ela é, hoje em dia, responsável pelas grandes inovações tecnológicas da ciência do esporte”, diz Young.

Os jovens também são estratégicos para a indústria do esporte. De acordo com Young, os jovens são um público que está cada vez mais ligado à inovação tecnológica, e é importante que o mercado esportivo esteja atento a essa tendência para atrair novos consumidores.

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E por falar em jovens, o mercado dos games também está cada vez mais presente no cenário esportivo, com um público crescente e apaixonado pelos jogos eletrônicos. Essa conexão também foi tema de discussão na primeira edição do Sports Summit.

Fernando Young falou sobre a importância desse mercado para o mundo esportivo e como ele pode afetar a transformação no setor. Ele destacou a necessidade de discutir temas como nutrição, performance e pressão psicológica, que afetam tanto os atletas de campo quanto os atletas de games.

A inovação tecnológica também é uma questão cada vez mais presente nos clubes de futebol. O Atlético Mineiro tem se destacado no cenário esportivo pela sua busca constante pela inovação e modernização.

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De acordo com Débora Saldanha, Head de Inovação do Atlético Mineiro, o clube tem investido fortemente em projetos inovadores, que têm como objetivo tornar a experiência do torcedor cada vez mais completa e tecnológica.

Recentemente, o clube inaugurou a Arena MRV, para ser a mais tecnológica da América Latina. “Será um espaço ideal para testar novas tecnologias e projetos que possam tornar a experiência do torcedor ainda mais completa”, diz Débora.

Entre esses projetos, destaca-se o “Super App”, um aplicativo que oferece uma série de funcionalidades, como venda de ingressos, alimentos e bebidas, GPS para localização no estádio e até mesmo a possibilidade de comprar antecipadamente e retirar os produtos na hora do jogo, evitando filas e problemas.

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Pensando em alcançar um público mais jovem e conectado, o Atlético Mineiro também está investindo em games e outras tecnologias que possam tornar a experiência do torcedor ainda mais interativa e dinâmica. Para isso, o clube vem estudando tanto o mercado de equipes de esportes quanto o de jogos próprios. De acordo com Débora, a ideia é criar jogos que estejam alinhados com as preferências do público jovem, que busca cada vez mais conteúdo de qualidade e que possa ser consumido de forma rápida e prática.

A inovação no Atlético Mineiro é uma prova de que o futebol brasileiro está caminhando para um futuro cada vez mais tecnológico e conectado.

Fernando Patara, Head do Arena Hub e um dos apoiadores do Sport Summit, enfatizou a importância da inovação para o mercado do esporte. Segundo ele, o esporte não pode ficar parado no tempo e é preciso acompanhar as mudanças do mundo para atender às expectativas dos novos consumidores.

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Para Patara, a inovação pode ser aplicada de duas maneiras na indústria do esporte: a diversificação na governança e a adoção de novas tecnologias. A governança é importante para o planejamento de médio e longo prazo e, por isso, é fundamental para o sucesso das empresas no setor. Já a inovação tecnológica é necessária para atender as novas demandas dos consumidores, que buscam novas formas de consumir o esporte e uma experiência mais interativa e personalizada.

Fernando também ressaltou a importância do desenvolvimento de “gadgets” (dispositivos eletrônicos pequenos e portáteis) para análise de performance, pré, durante e depois da prática esportiva.

Para o público jovem, a inovação é ainda mais importante, já que ele busca uma nova linguagem e novas formas de consumir o esporte. “A experiência proporcionada a essa nova geração, ela tem que ser refletida no produto ou no serviço que é a modalidade esportiva”, afirma Patara.

O mercado do esporte precisa se adaptar a essas mudanças para se manter relevante e atrativo. A inovação, portanto, é um fator essencial para o futuro do setor, e eventos como o Sport Summit são fundamentais para reunir líderes e discutir estratégias que promovam o desenvolvimento do mercado esportivo.

É nesse contexto que as startups esportivas, as “Sport Techs”, têm um fator crucial para trazer inovação e tecnologia ao esporte. Elas desenvolvem produtos, serviços e soluções tecnológicas para melhorar o desempenho de atletas e equipes, fornecer análises de dados para melhorar a tomada de decisões e engajar fãs de esportes em novas maneiras.

Ivan Ballesteiros é um ex-jogador de futebol que decidiu se dedicar a criar uma plataforma de bolsas de estudo para atletas que desejam conciliar a prática esportiva com a educação. Em entrevista, ele contou sobre sua trajetória e como percebeu a falta de oportunidades e incentivos para que os atletas pudessem estudar enquanto se dedicavam ao esporte.

Segundo Ivan, o mundo do futebol é desconexo da realidade, e muitas vezes os clubes não incentivam a educação, deixando os atletas sem opções para estudar e se desenvolver pessoal e profissionalmente. Além disso, muitos pais de jogadores não têm condições financeiras para oferecer educação de qualidade para seus filhos.

Ivan experimentou essa realidade na pele quando foi jogar na Espanha e teve uma lesão crônica que o obrigou a largar a carreira no futebol e se dedicar aos estudos. Ao retornar para o Brasil, percebeu que seu melhor amigo, que não teve a mesma oportunidade de estudar, acabou se envolvendo com o tráfico de drogas e foi preso. Esse fato o fez perceber que pessoas boas, mas com falta de oportunidades, podem tomar decisões ruins.

Foi então que Ivan decidiu criar algum tipo de mecanismo para ajudar atletas a conciliarem esporte e educação. E assim nasceu a Esporte Educa, uma plataforma de bolsas de estudo que aproveita a capacidade ociosa das instituições de ensino privadas e conecta com atletas que desejam estudar.

Além das bolsas de estudo, Ivan e sua equipe perceberam que era necessário ajudar os atletas em outras vertentes, como “soft skills”. Assim, criaram uma plataforma com cursos de oratória, gestão financeira e emocional, entre outros, com uma interface semelhante à Netflix para facilitar o acesso dos atletas.

Ivan também observou que muitos atletas desistem dos estudos por falta de financiamento. “A gente também está criando uma plataforma de financiamento de atletas, porque às vezes mesmo a escola dando a bolsa de 50%, faltam os outros 50%. Nós perdemos mais de mil atletas por uma diferença de R$ 50. Então, com essa tríade de bolsas de estudo, ensino formal, escola digital de soft skills e financiamento de atletas, a gente entende que vai construir um hub de educação e esporte”.

A plataforma criada por Ivan é uma iniciativa importante para que os atletas possam ter acesso à educação e ao desenvolvimento pessoal e profissional, mesmo durante suas carreiras no esporte. Com mais oportunidades e incentivos para estudar, esses atletas têm maiores chances de ter sucesso no esporte e na vida.

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