Disney lança Star+ no Brasil e consolida oferta de streaming

Novo serviço inclui filmes e séries voltados para adultos, conteúdos exclusivos e esportes da ESPN

Sérgio Teixeira Jr.

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NOVA YORK – Com o novo Star+, que estreia nesta terça (31) no Brasil, a Disney completa a oferta integral de seus serviços de streaming. O Star+ inclui conteúdos voltados para adultos, como filmes e séries que não caberiam no Disney+, além de produções originais do Hulu e da ESPN.

O valor da assinatura mensal do Star+ é R$ 32,90. O Disney+ custa R$ 27,90 mensais. Se comprar um pacote com ambos, o consumidor desembolsa R$ 45,90 por mês.

Hernan Estrada, presidente da operação brasileira da Disney, afirma estar ciente da “sensibilidade ao preço” dos consumidores. Com a multiplicação dos serviços de streaming – Netflix, Amazon Prime Video, Telecine, HBO Max, entre outros -, a conta mensal começa a ganhar tamanho.

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Estrada diz acreditar que, em algum momento, os preços tendem a entrar todos em linha, e o consumidor vai fazer escolhas com base no conteúdo oferecido. “Vamos oferecer uma biblioteca completa”, diz o executivo.

Uma das apostas do novo serviço é a presença da ESPN. A rede americana, que se autointitula a “líder mundial dos esportes”, detém os direitos de transmissão de campeonatos como a Copa Libertadores e Campeonato Inglês, além de jogos de ligas americanas de basquete (NBA) e de futebol americano (NFL).

Um dos grandes desafios dos serviços de streaming pelo mundo é oferecer conteúdos exclusivos. Tradicionalmente, eles têm a forma de séries blockbuster originais – como Game of Thrones, da HBO.

Outra competição se dá na compra dos direitos exclusivos de exibir clássicos. Especula-se que a Netflix tenha pagado US$ 500 milhões para ser o repositório mundial da sitcom Seinfeld.

Uma terceira disputa que se desenha é pelos direitos de eventos esportivos. A Amazon é detentora dos direitos da Ligue 1, a primeira divisão francesa e casa do PSG, time que reuniu Messi e Neymar – no Brasil, o Star+ vai exibir os jogos do campeonato. Nos Estados Unidos, a empresa de Jeff Bezos também transmite algumas partidas de futebol americano.

Estrada afirma que, a princípio, o Star+ não vai entrar na briga pelos direitos do futebol brasileiro. “Não excluímos a ideia, mas a prioridade é oferecer um conteúdo complementar ao da ESPN da TV paga”, afirma ele.

Uma eventual desaceleração do streaming com as perspectivas de controle sobre a pandemia também não é motivo de preocupação.

A empresa não divulga números do Brasil. Globalmente, o serviço Disney+ atingiu 116 milhões de usuários, de acordo com os resultados trimestrais divulgados em 12 de agosto.

A expectativa inicial era atingir 100 milhões de clientes em cinco anos, mas o resultado foi atingido em somente nove meses, em parte por causa da pandemia do coronavírus.

A ênfase nos serviços online por assinatura faz parte de uma estratégia de sobrevivência. O lucro das operações de TV vem caindo ao longo dos últimos anos, com um número cada vez maior de clientes simplesmente trocando a TV paga pelo streaming.

Mas o Disney+ ainda é um negócio menor que o da TV tradicional – e deficitário. A divisão de streaming deu prejuízo de US$ 300 milhões no segundo trimestre do ano.

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Sérgio Teixeira Jr.

Jornalista colaborador do InfoMoney, radicado em Nova York