Destaque da bolsa em 2018, Taurus Armas reduz prejuízo em 79% frente a 2017

 No último trimestre de 2018, prejuízo líquido foi de 15,2 milhões, queda de 93,5% na comparação com o ano anterior

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A Taurus Armas (FJTA3;FJTA4) registrou um prejuízo líquido de R$ 59,9 milhões em 2018, com uma redução de 79% na comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com a companhia, o resultado evidencia “o avanço obtido a partir das medidas que vêm sendo tomadas para garantir a rentabilidade sustentável das atividades”. No último trimestre de 2018, o prejuízo líquido foi de 15,2 milhões, 93,5% menor que a perda de R$ 235,6 milhões registrada em igual intervalo de 2017. 

Já as despesas financeiras totalizaram R$ 211,7 milhões em 2018, montante 83,7% superior ao de 2017 em boa parte devido ao efeito negativo da desvalorização de 14,5% do real frente ao dólar médio sobre o provisionamento de encargos da dívida bancária, uma vez que a maior parte do endividamento da Taurus (86,4% ao fim de 2018) é em moeda estrangeira.

“Com a carência obtida para o pagamento da dívida e seus encargos de julho a dezembro de 2018, a partir do acordo firmado com sindicato bancário, a companhia deixou de incorrer em tais despesas no segundo semestre do ano. Também é importante citar que a Taurus tem a maior parte de sua receita (81,6% da receita líquida consolidada em 2018) proveniente de vendas no exterior e, portanto, tem hedge natural para a variação cambial”, destacou a companhia. 

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A receita operacional líquida foi de R$ 845,3 milhões em 2018, alta de 21,6% frente aos R$ 695,3 milhões de 2017, enquanto, nos últimos três meses do ano passado, a alta foi de 40,6% na base de comparação anual, para R$ 221,8 milhões. 

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado, por sua vez, foi de R$ 116 milhões, com margem de 13,7%, revertendo o resultado negativo do exercício anterior.

“Temos muito a comemorar relativo a 2018 e iniciamos o ano de 2019 com a confiança renovada na Taurus. Em termos operacionais, adotamos processos eficientes e robustos e atuamos de forma intensa na renovação do portfólio: foram 32 modelos de armas lançados, cujas vendas representaram mais de 60% do faturamento com armas no ano. Reconquistamos a credibilidade dos consumidores, que responderam de forma muito positiva à qualidade dos produtos e à diversidade do portfólio. A receita cresceu no Brasil, nos EUA e nos outros países para onde exportamos, atingindo R$ 845 milhões consolidada, 22% a mais do que em 2017, além disso, com o revólver Taurus Raging Hunter, ganhamos mais uma importante premiação internacional, o American Handgun of the Year 2019”, afirmou o CEO Salesio Nuhs, no release de resultados. 

Vale destacar que as ações da Taurus foram o destaque de alta da bolsa brasileira em 2018, com os papéis ON registrando ganhos de 180% em meio às expectativas em torno das eleições presidenciais, uma vez que o então candidato Jair Bolsonaro incluiu em suas promessas de campanha a concessão de posse de arma de fogo. No começo do ano, o presidente assinou decreto que regulamenta o registro, a posse e a comercialização de armas de fogo no país, mas o mesmo foi considerado brando para o segmento e os ativos não reagiram bem. Em 2019, os papéis têm desempenho negativo, com os ativos FJTA3 em queda de 11% e as ações PN caindo cerca de 1%. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.