Definido que concessões serão renovadas, ações da Eletrobras despencam

Para analista, valor extra de indenizações estimado entre R$ 3 e R$ 4 bilhões após revisão da MP 579 está abaixo do esperado pelo mercado

Nara Faria

Usina Hidrelétrica de Tucuruí *** Local Caption *** Comportas abertas da usina de Tucuruí

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SÃO PAULO – As ações da Eletrobras (ELET3,ELET6) voltam a despontar como as maiores perdas no Ibovespa no pregão desta quarta-feira (5), com o mercado digerindo os valores extras das indenizações previstas para serem pagos pelos ativos dela. A empresa aderiu à renovação antecipada dos ativos que teriam vencimentos previstos a partir de 2015.

Às 12h27 (horário de Brasília) os ativos ELET3 registravam recuo de 6,30%, sendo negociados a R$ 6,84, enquanto os preferenciais ELET6 desvalorizavam 6,67%, a R$ 8,82. Já o Ibovespa caía 0,13% no mesmo horário. 

Para o analista da Futura Investimentos, Luis Gustavo Pereira, em meio ao cenário de degradação dos papéis, que já acumulam desvalorização de mais de 50% no ano, as ações dão continuidade às perdas refletindo as estimativas sobre o valor adicional a ser pago pelas indenizações. 

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“Os valores das indenizações adicionais previstos pela companhia estão entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões, quando o esperado pelo mercado era em torno R$ 6 bilhões”, explica o analista.  

A estimativa da compensação adicional foi anunciada pelo presidente da Eletrobras, José da Costa, e, de acordo com matéria do Valor Econômico, o governo já havia garantido cerca de R$ 15 bilhões em indenizações para a Eletrobras.

Na semana passada, com as mudanças realizadas no prazo de bens amortizados de transmissão, foi adicionada nesta conta um potencial de mais R$ 11 bilhões.

Vale mencionar a briga política travada após a Cesp (CESP6, R$ 18,11, -3,19%), Cemig (CMIG4R$ 23,91, -3,59%) e Copel (CPLE6, R$ 28,65, -1,21%)  terem negado renovar, se não todos, pelo menos parte de seus ativos. 

O governo reagiu à recusa das empresas com ataque, culpando os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, todos comandados pelo PSDB – principal partido de oposição ao governo federal -, pelo fato de suas respectivas estatais não terem aderido à prorrogação na geração de energia.