De R$ 18 mil a R$ 39 mil: o salário de fundadores de startups brasileiras

O levantamento constatou que o salário dos executivos acompanha o nível de maturidade das companhias, e gira entre R$ 18 mil e R$ 39 mil

Wesley Santana

Discussão sobre salários de executivos também é feita em outros países. Foto: Pixabay

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Uma pesquisa da Triven, conduzida no terceiro trimestre deste ano, mapeou o salário dos fundadores de startups brasileiras. O levantamento constatou que a remuneração dos executivos acompanha o nível de maturidade dessas companhias, e gira entre R$ 18 mil e R$ 39 mil.

Os fundadores mais bem pagos são os de empresas que se enquadram na categoria de adquirida. Em média, elas repassam R$ 38,9 mil ao sócio-fundador, mas esse valor pode ser maior ou menor, conforme o faturamento da startup, pontua o documento.

Na sequência, aparecem as que já passaram por rodadas de investimentos série A, que pagam cerca de R$ 26,2 mil. Já as de fase seed ou pré-seed remuneram entre R$ 17 mil e R$ 18 mil seus fundadores que ocupam a cadeira de presidente.

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A pesquisa também questionou se a remuneração dos fundadores já foi motivo de atrito entre os sócios e/ou investidores da startup e um em cada quatro executivos que participaram da entrevista disse que os investidores são mais ríspidos com o assunto do que os sócios.

Além disso, as empresas consideram dois caminhos para definir o salário dos fundadores: estágio e faturamento. Dessa forma, a remuneração deles seria como uma espécie de alinhamento de expectativas junto aos colaboradores e investidores.

Para Fernando Trota, CEO da Triven, ainda existem muitas dúvidas quando o assunto é a remuneração dos sócios. “Existe aquele founder que acredita tanto no seu sonho que opta por não se remunerar e investe tudo na empresa. Entendo que essa decisão pode não ser saudável nem para ele, nem para o negócio, pois dificuldades pessoais que ele pode vir a experimentar podem ter impacto em suas decisões”, analisa.

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Salário em companhias chega a R$ 1 milhão

Outro levantamento, publicado recentemente pelo InfoMoney, feito com documentos públicos, mostrou que os CEOs de empresas listadas na bolsa de valores brasileira chegam a ganhar mais de R$ 1 milhão por mês. Com isso, as 90 companhias que compõem o Ibovespa -principal índice da B3- chegaram a repassar R$ 1,1 bilhão aos seus presidentes em 2021.

No topo da lista, está o presidente do Santander no Brasil, Sergio Rial, que recebeu R$ 59 milhões -média de R$ 5 mi por mês- no ano passado. Na sequência, o responsável pela mineradora Vale, Eduardo Bartolomeo, fechou o ano com o holerite em R$ 55 mi, enquanto Milton Maluhy, do Itaú Unibanco, recebeu R$ 53 mi.

Essas altas remunerações não são uma singularidade brasileira, e está em discussão também nos Estados Unidos, por exemplo. Por lá, o atual chefão da Amazon, Andy Jessy, chegou a receber R$ 1,1 bi em 2021, equivalente a 6 mil vezes mais que o salário médio dos funcionários da companhia, de acordo com as entidades sindicais.