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NOVA YORK – Benjamin Steinbruch, presidente da siderúrgica CSN, acredita que podemos viver um ciclo de vendas de empresas estatais semelhante ao que aconteceu na década de 1990 – da qual sua família participou ativamente, comprando a própria CSN.
“Acho que vamos ter uma segunda rodada, não apenas de privatizações, mas de vendas de blocos de ações”, declarou, no evento XP Investments Conference Brazil: First 100 Days. Ele se referiu às ações detidas pelo governo e por empresas estatais. Ontem, no mesmo evento, Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, disse que o banco tem 10% do patrimônio em papéis da Petrobras.
Para Steinbruch, isso pode “mudar perfil dos grupos empresariais brasileiros” – ao menos, dos que estiverem preparados para tirar vantagem desse momento. “O governo deve criar oportunidades para grupos empresariais estrangeiros e brasileiros participarem ativamente desse processo”, acrescentou.
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Há oportunidades “únicas” em diferentes setores, de acordo com o empresário. Entre os principais, estão os de petróleo, gás, energia elétrica, infraestrutura e tecnologia. “A questão é estar preparado, não só com dinheiro, mas com equipe, motivação e sensibilidade.”
Steinbruch falou ainda sobre a CSN, cujas ações já subiram mais de 80% só neste ano. Segundo ele, a empresa se adaptou “para a guerra”, em razão da recessão. “Reduzidos custos, pessoas, renegociamos tudo o que era possível. Nos tornamos esqueléticos na estrutura organizacional por necessidade”, afirmou. Quando a situação melhora, é possível colher resultados de forma mais rápida, disse ele.
O empresário acrescentou que o aumento do preço do minério de ferro também ajudou – a CSN é dona de uma das principais minas do país.
Sardinha ou tubarão
Na avaliação de Steinbruch, o Brasil vive um momento decisivo. “Precisamos resolver se vamos virar sardinha ou tubarão”, afirmou. “As condições estão dadas. Sabemos o que precisa ser feito, há convergência sobre quais são as prioridades e as necessidades do país, e isso tem de ser resolvido no curtíssimo prazo. Podemos sair desse momento muito fortalecidos ou muito enfraquecidos. Não tem meio termo”, disse, enfatizando a importância da aprovação da reforma da Previdência.
“Mas a reforma é uma parte, não resolve o problema do Brasil. Vai viabilizar oportunidade do país voltar a crescer”, ressaltou.
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