Credores da Light (LIGT3) sinalizam que podem rejeitar plano de recuperação judicial

Condições oferecidas são avaliadas como desvantajosas e impõem nova rodada de negociação, segundo fontes ouvidas pelo IM

Lucinda Pinto

Publicidade

Credores da Light (LIGT3) estão dispostos a recusar a proposta de recuperação judicial apresentada pela companhia caso não haja ajustes nos termos apresentados. Na visão de fontes ouvidas pelo InfoMoney, a solução apresentada na última sexta-feira (14) não atendeu às condições mínimas esperadas para que o acordo seja fechado.

Uma vez apresentado o plano, stakeholders têm 30 dias para fazer objeções, e dentro de 90 dias deve ocorrer uma assembleia para votar o plano. “Se não houver negociação, o plano não terá aceite”, disse um interlocutor, que acompanha o assunto.

Preocupa o fato de que, até aqui, a empresa não abriu um canal de diálogo com os credores, o que torna esses agentes céticos em relação ao espaço para convergência nos termos da proposta. “Como uma primeira proposta, o plano não é ruim. A questão é a falta de disposição para a negociação”, define o interlocutor.

Continua depois da publicidade

A Light apresentou, em seu plano, seis alternativas para diferentes perfis de credor. Para aprovar o plano, é preciso que os detentores de 50% mais 1 do total da dívida votem a favor.

É com essa questão à mesa que o mercado monitora a assembleia geral extraordinária (AGE) de acionistas da Light, marcada para as 11 horas da manhã (horário de Brasília) desta terça-feira (18). A AGE foi pedida pela WNT Gestora de Recursos, ligada ao empresário Nelson Tanure, que se tornou a principal acionista neste ano, com o objetivo de deliberar sobre uma reformulação de seu conselho de administração.

Segundo fontes, Tanure teria se aproximado dos credores sinalizando disposição em negociar as condições da dívida da companhia. Mas, até aqui, não haveria ainda evidências de que esse diálogo será estabelecido.

Lucinda Pinto

Editora-assistente do Broadcast, da Agência Estado por 11 anos. Em 2010, foi para o Valor Econômico, onde ocupou as funções de editora assistente de Finanças, editora do Valor PRO e repórter especial.