Credit Suisse alerta para fim de rali em ações da Queiroz Galvão

Analistas cortam recomendação; desde junho, quando a petrolífera revelou dados preliminares em Carcará, papel já disparou mais de 40%

Publicidade

SÃO PAULO – Após o otimismo que se instaurou entre o mercado com a Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP3) desde junho, quando a petrolífera revelou dados preliminares animadores no prospecto de Carcará, o Credit Suisse cortou a recomendação para a ação, que passou de overweight para neutral. O preço-alvo é de R$ 14,00 por ação, isso é, um potencial teórico de valorização de 23,89% sobre o fechamento de segunda-feira, em linha com o restante do mercado, dizem os analistas.

Os analistas Emerson Leite e André Sobreira, que assinam o relatório do Credit Suisse, esperam pelo resultado final de Carcará no início de 2013. Mas, após a forte alta de 44% desde o anúncio de junho, quando a ação estava em suas mínimas históricas, surgem duas perguntas importantes que os analistas se fazem: qual deverá ser o tamanho de Carcará para justificar uma valorização ainda maior do que já obteve e como será a nova tese de investimento após conhecer os dados? Por essas incertezas a recomendação foi rebaixada.

Para eles, uma alta mais forte do que é previsto só ocorreria caso o bloco BMS-8 contivesse 2,5 bilhões de barris de óleo recuperável ou mais, mas na tese do Credit Suisse, com um preço-alvo de R$ 14, o número chega a 1,5 bilhão – e que não é considerado como conservador pelos analistas. “Então nós consideramos que a maior parte do rali das ações já aconteceu”, alertam.

Continua depois da publicidade

Leite e Sobreira ainda chamam atenção para as dificuldades de se comparar Carcará com os atuais dados do pré-sal na bacia de Santos, cujos volumes variam de 2 bilhões a 8 bilhões de óleo recuperável. Isso porque a extensão de Santos é muito maior que Carcará, além de que a Petrobras (PETR3, PETR4) constatou características excelentes no reservatório, explicam.

Há vida após Carcará?
Para os analistas do Credit Suisse, após descoberto o valor de Carcará, não há outros blocos com grandes impactos no portfólio da Queiroz Galvão e, assim, faltam catalisadores para a ação da companhia. Eles alertam, inclusive, que pode haver um fator negativo: se a área realmente for muito grande, pode haver de 20% a 30% de “vazamento” do reservatório para fora do bloco BMS-8.

Isso pode significar que a petrolífera terá que dividir a exploração com outra companhia, o que pode levar a um atraso no desenvolvimento da exploração. “2013 também será o primeiro ano de desenvolvimento do BS-4, no qual vemos um número de desafios”, concluem.