Credit projeta grande alta nas receitas da T4F, mas corta preço-alvo

Recomendação permaneceu em outperform, já que empresa deve continuar sendo uma forte geradora de caixa em 2012

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SÃO PAULO – Com perspectivas de grandes shows no próximo ano, a concorrência menos acirrada com outros eventos e o aumento no caixa líquido da Time For Fun (SHOW3), mas ainda com pressão de custos com aluguéis, o Credit Suisse resolveu reduzir o preço-alvo para as ações da empresa, de R$ 22 para R$ 18.

O banco acredita que o cenário macroeconômico brasileiro continua propício para o consumo de entretenimento, apesar de ter reduzido a projeção de Ebitda (geração operacional de caixa) da companhia no próximo ano, de R$ 154 milhões para R$ 142 milhões. O avanço das despesas familiares, baixo nível de desemprego e vendas no varejo subindo no segundo semestre do ano que vem devem corroborar essa visão.

A equipe do analista Andrew Campbell vai ainda mais além, e coloca a T4F como o melhor investimento do consumo em entretenimento em toda a América Latina. Apesar da queda no preço-alvo, a avaliação de seus papéis se manteve em outperform – performance acima dos pares de mercado.

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Alta nas receitas
Para o Credit, grandes shows já anunciados, como o de Roger Waters em março e abril, e também os eventos de artes, entre eles o Cirque du Soleil, farão com que as receitas da empresa subam fortemente. A expectativa é de um crescimento de 25,76% de 2011 para 2012. E esse faturamento também teria expansão por conta da publicidade em torno dessas organizações.

“A receita com patrocínio deve subir 17% em 2012, com anunciantes buscando canais alternativos para alcançar suas audiências”, afirma o analista. Atraindo esse público, a operação com venda de ingressos, comida e bebida deve ser ainda mais intensa neste ano, principalmente porque nenhuma grande atração deve trazer competição, como foi com o Rock in Rio em 2011.

Aluguéis geram pressão de custos
Mesmo assim, a pressão que virá sobre o Ebitda é causada porque o banco retirou de suas avaliações a construção de uma arena em São Paulo, como foi anunciado pela Time For Fun anteriormente. Como nenhum detalhe adicional foi divulgado, o relatório considera que os aluguéis continuarão, e, portanto, os custos subirão.

Só o fato de não haver mais os planos do estádio na projeção do Credit retirou R$ 2 do preço-alvo dos ativos SHOW3. Grande parte do resto desse corte veio com o desconto de 10% por conta da baixa liquidez das ações.

Caixa pode trazer aquisições
Durante o terceiro trimestre de 2011, a companhia conseguiu uma forte geração de caixa, elevando seu patamar para os R$ 141 milhões. Considerando também que os investimentos da empresa devem vir bem menores em relação à estimativa anterior, esse dinheiro será liberado para fusões e aquisições.

Para auxiliar nessa imagem de forte geradora, a T4F buscou ao menos reduzir seus custos com o aluguel de máquinas e equipamentos, gastando R$ 28 milhões na compra desses produtos. “Isso deve aumentar a integração vertical da companhia e sua lucratividade”, conclui o relatório.

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Confira as projeções do Credit Suisse para a Time For Fun:

(em R$ milhões) 2011E 2012E Variação 2013E Variação
Receita líquida 625 786 25,76% 873 11,07%
Ebitda* 110 142 29,09% 160 12,68%
Lucro líquido 62 108 74,19% 124 14,81%

*Geração operacional de caixa