Cosan vê infraestrutura como foco de investimentos em 2013

Dentro da nova estratégia, a Raízen, divisão para açúcar, etanol e cogeração da companhia, deverá receber a maior parte dos recursos no ano

Reuters

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SÃO PAULO – A infraestrutura está no foco dos investimentos previstos para 2013 pela Cosan (CSAN3), como forma de reduzir custos e melhorar margens da companhia, num país que enfrenta problemas com logística.

Dentro desta estratégia, a Raízen, divisão para açúcar, etanol e cogeração da companhia, deverá receber a maior parte dos recursos no ano, disse o vice-presidente financeiro da empresa, Marcelo Martins, em teleconferência nesta quinta-feira.

A empresa prevê investir entre 3,1 bilhões e 3,35 bilhões de reais em 2013/14, versus os 2,17 bilhões de reais destinados no ano anterior.

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Do total previsto em investimentos (capex) neste ano, a Cosan prevê destinar: 1,3 bilhão de reais para a Raízen Energia; 500 milhões de reais para Raízen Combustíveis; 800 milhões de reais para a Comgás; 350 milhões de reais para a Rumo; e 120 milhões para outros, incluindo o segmento de lubrificantes.

“Este é um capex (recurso para investimento) alto… em virtude de investimentos substanciais que estão sendo feitos na Raízen Energia”, disse Martins para analistas.

O executivo afirmou que a Raízen Energia tem um nível de retorno sobre este investimento considerado adequado pelo Conselho, mas não especificou o valor, e acrescentou que o número não prevê aquisições para o ano.

A Cosan teve lucro líquido de 29,7 milhões de reais no quarto trimestre fiscal, queda de 80 por cento em relação ao lucro de 149,6 milhões de reais apurado no mesmo período de 2012.

A Raízen Energia, joint venture entre Cosan e Shell para açúcar, etanol e cogeração, encerrou o ano fiscal 2013 com alta de quase 17 por cento na receita líquida, para 8,5 bilhões de reais.

A divisão teve custos elevados nesta temporada por gastos maiores em meio ao incremento das exportações, o que acabou afetando as margens.

O custo dos produtos vendidos pela Raízen Energia cresceu 23,4 por cento no ano fiscal encerrado em 31 de março, para 6,9 bilhões de reais.

“Os maiores volumes vendidos de açúcar e energia, bem como o crescimento do CPV médio do etanol, foram os principais responsáveis pelo aumento do custo dos produtos vendidos”, informou a empresa em comunicado.

ESTRATÉGIA

O presidente da Cosan, Marcos Lutz, ressaltou que os investimentos em infraestrutura refletem a visão estratégica da companhia, que enxerga a necessidade de fazer aportes neste segmento.

“Estamos vivendo um momento de estrangulamento logístico… Isso está afetando todo os players, e é por isso que elegemos este segmento como alvo de nossos investimentos”, afirmou Lutz.

O presidente ponderou que o investimento em infraestrutura demora mais para apresentar retornos, mas ressaltou que existe uma tendência de colocar mais recursos nesta área, uma vez que é favorável para a “saúde do negócio no longo prazo”.

Lutz citou como exemplo a Logum, projeto conjunto de seis empresas do setor para escoamento de etanol via dutos, cuja operação comercial ele estima que deve ter início em julho.

“Estamos fazendo movimentos que não são marginais, e que de certa forma terão retorno sobre o capital empregado bastante alto, mas são mais de longo prazo”, explicou.

Questionado sobre eventuais efeitos dos vetos da presidente Dilma Rousseff para a Lei dos Portos, Lutz disse que não vê impactos para a Rumo, o braço logístico da Cosan, uma vez que as medidas devem afetar mais o segmento de contêineres.