Corretoras elevam preço-alvo de BR Properties com provável fusão

Estimativas para a empresa são melhores após a esperada união com a One Properties, segundo os analistas

Renato Rostás

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SÃO PAULO – Incorporando a unificação de portfólios e a emissão de novas ações, ambas decorrentes da fusão com a One Properties, o Itaú BBA e o Credit Suisse decidiram elevar o preço-alvo para as ações da BR Properties (BRPR3), mantendo a avaliação de outperform, ou desempenho acima da média do mercado.

A equipe de Vanessa Quiroga, do Credit, espera um preço maior para os papéis nos próximos 12 meses. A alteração foi de R$ 24,50 para R$ 27,00. Agora, o potencial teórico de valorização é de 22,73% frente ao fechamento de 2 de março. Já David Lawant, do Itaú, subiu o valor de R$ 26,70 para R$ 27,10. O upside, na mesma comparação, é de 23,18%.

União das empresas
Uma assembleia foi marcada para 20 de março para que os acionistas da BR Properties decidam se querem ou não a união com a companhia formada pela WTorre e o BTG Pactual. Lawant vê com grandes possibilidades que o acordo seja aprovado, e, após ele, a nova empresa contará com uma ABL (área bruta locável) de 1,65 milhão de metros quadrados.

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Para que a operação seja realizada, devem ser emitidos R$ 130 milhões em novas ações BRPR3 para os proprietários da One Properties. Os analistas do banco francês veem uma possibilidade de melhora na liquidez em bolsa com essa mudança, diminuindo a pulverização acionária que atualmente a BR Properties apresenta.

Faturamento e dívidas
O Credit calcula que, já em 2012, as receitas seriam impulsionadas em 46,7%. No entanto, os dois bancos alertam para o aumento da alavancagem financeira. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda (geração operacional de caixa) deve ficar 6,8 vezes neste ano, estima o Itaú, contra o patamar 3,6 vezes apresentado em 2011. No entanto, o Itaú espera que o índice recue a partir do ano que vem, até 3,6 vezes em 2014.

As obrigações da nova empresa seria elevadas para R$ 3,3 bilhões, frente ao atual R$ 1 bilhão. O custo dos juros também deve subir, impactando fortemente a linha final dos resultados, caso a companhia realmente seja formada, mas o nível pode ser diminuído caso haja uma renegociação. O Credit vê uma economia de R$ 50 milhões por trimestre se isso ocorrer.

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Mix do portfólio
No longo prazo, com todos os projetos se tornando operacionais, a expectativa de Lawant é de que a maior exposição a empreendimentos “AAA”, ou de maior renda, seja benéfica para a nova holding. Nos próximos dois anos, com 12 lançamentos e três expansões, a expectativa da corretora é de expansão em 25% da ABL.