Coronavírus pode derrubar em até 50% vendas de smartphones na China

A TrendForce, empresa de pesquisa sobre mercado, acredita que a produção de smartphones deve diminuir 12% nesse primeiro trimestre de 2020

Allan Gavioli

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SÃO PAULO – Após os resultados nas vendas de smartphones finalmente começarem a se recuperar depois de sofrer vários trimestres consecutivos de quedas, o coronavírus está interrompendo e atrapalhando a produção no coração da cadeia de suprimentos global e país mais afetado pela doença: a China. Analistas sugerem que a crise com a infecção pode resultar em uma diminuição de 50% nos números de vendas de smarphones no país asiático.

Analistas da Canalys, empresa de pesquisa de mercado de Singapura, disseram que as remessas de smartphones na China podem cair entre 40% e 50% entre o quarto trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2020 devido a atrasos relacionados ao coronavírus, reportou o Business Insider.

A Foxconn, maior montadora de iPhones para a Apple, também disse aos funcionários na última sexta-feira (7) para não voltarem ao trabalho em 10 de fevereiro, dia em que a fábrica estava originalmente programada para retomar operações regulares, de acordo com a Bloomberg. Sem perspectiva para a retomada da produção, a companhia chegou a perder US$ 27 bilhões em valor de mercado.

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A Apple também disse na semana passada que deve estender o fechamento de lojas na China devido ao surto de coronavírus, que já matou mais de 900 pessoas em todo o mundo e infectou mais de 40 mil.

Não está claro com que precisão a disseminação do coronavírus afetará os negócios da Apple, mas a empresa disse em seu relatório fiscal do primeiro trimestre que considerou implicações do vírus em seu guidance para o segundo trimestre de 2020 – que prevê uma queda de faturamento entre US$ 63 bilhões e US$ 67 bilhões.

Mas isso foi no final de janeiro, quando os impactos do surto eram menos claros. Uma nova nota de pesquisa da Wedbush Securities, uma empresa de serviços financeiros dos Estados Unidos, escrita pelos analistas Dan Ives e Strecker Backe, diz que a produção de cerca de 3 milhões e 5 milhões de iPhones corre o risco de sere transferida do primeiro para o segundo se a cadeia de produção persistir fechada por mais duas a três semanas ou mais.

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A TrendForce, empresa de pesquisa de mercado, acredita que a produção de smartphones deve diminuir 12% nesse primeiro trimestre de 2020, para o menor nível em cinco anos, com uma produção estimada em 275 milhões. Ainda segundo dados da empresa, a previsão diminuiu a expectativa de produção do iPhone em 10%, para 41 milhões de unidades e da Huawei em 15%, para 42,5 milhões de aparelhos.

“O atraso na retomada dos trabalhos e as incertezas no retorno dos funcionários farão com que a entrega mensal dos principais componentes seja adiada, afetando o progresso da cadeia de produção de smartphones“, diz o relatório da TrendForce.

Apple é especialmente vulnerável

De um modo mais geral, se as previsões da Canalys forem verdadeiras sobre a remessa de smartphones na China ser reduzida pela metade devido a fechamentos relacionados ao coronavírus, isso pode ser particularmente impactante para a Apple, uma vez que a região da Grande China é o terceiro maior mercado – atrás dos Estados Unidos e Europa.

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“O primeiro trimestre é geralmente lento para o mercado chinês, mas a situação atual provavelmente mostrará a alguns dos piores números de todos os tempos”, escreveu Canalys em seu relatório.

Esses contratempos relacionados ao coronavírus também ocorrem quando os negócios do iPhone da Apple e seu desempenho de vendas na China se recuperaram após um difícil ano de 2019. As recentes previsões de que as vendas de smartphones serão cortados pela metade na China, assim como o temor de uma grande epidemia mundial, causa incerteza em torno de quando a produção total será retomada provavelmente podem resultar em péssimos resultados para a Apple.

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Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.